A CBF está mesmo rachada. Membros do Conselho Fiscal da CBF se juntam à Comissão de Ética e defendem o afastamento do presidente Rogério Caboclo do seu cargo. A disputa interna é grande e facções fortes da entidade parecem estar contra a volta do dirigente afastado por assédio sexual e moral contra uma funcionário. Entre clubes e federações, poucos acham que Caboclo reassumirá seu posto. Ele ainda precisa se librar das acusações. Assédio moral não é crime, mas sexual é. Caboclo diz que vai provar sua inocência. Ele é cercado de bons advogados.
No documento abaixo a que o Estadão teve acesso, uma parte merece destaque. "O futebol brasileiro não tolera mais o racismo. O futebol brasileiro não tolera mais o preconceito e a discriminação. O futebol brasileiro não pode mais tolerar o assédio e a misoginia." Quem assina o documento são o presidente do Conselho Fiscal Antônio Carlos de Oliveira Coelho e os membros efetivos Arthur Carlos Briquet Junior e Marco Antônio Russo. Eles sempre teriam sido apoiadores de Caboclo e eleitos em sua chapa.
Rogério Caboclo nega todas as acusações. Ele afirma que Marco Polo del Nero, seu então padrinho político e ex-presidente banido do futebol por corrupção, é o mentor de seu afastamento, do suborno à funcionária no valor de R$ 12 milhões e da tomada de poder em marcha na entidade.