Parece um jogo de cartas marcadas. Talvez seja. O futebol está cheio disso. Futebol mundial, inclusive. Primeiro Neymar aparece criticando a diretoria e comissão técnica do PSG por deixá-lo fora de quatro partidas antes de o time francês enfrentar e perder para o Borussia na primeira partida das oitavas de final da Liga dos Campeões. Neymar levou para a rua um problema interno do clube parisiense. Fosse no Brasil, diriam que ele jogou tudo no ventilador. Depois, do nada, aparece Messi para dizer que Neymar errou ao escolher o PSG e que as portas do Barcelona sempre estarão abertas para ele.
O caminho está traçado para a troca de time de Neymar após a temporada na Europa, com ou sem a Liga dos Campeões nos braços do craque brasileiro. Se não acontecer, ele vai falhar pela terceira vez desde que deixou Barcelona. Neymar fez de tudo para sair do PSG nesta temporada. Queria voltar ao Barcelona. Não conseguiu. Viu que no peito não levaria. Tratou então de cumprir mais seis meses de contrato e se entregar ao time dentro de campo. Ele vem jogando bem e fazendo gols. Mas nem de longe é aquele jogador genial. Parece atuar com o freio de mão puxado, mesmo assim muito mais rápido do que os outros. Joga muito mesmo quando não quer. Combinou com os dirigentes franceses que vai se concentrar na Liga dos Campeões. Assim, terá mais argumentos para voltar ao Barcelona do amigo Messi.
Deixará o PSG dois anos antes do fim do seu contrato. Talvez perca dinheiro. Mas está convencido de que errou na escolha. Nesses próximos três meses Neymar vai se dedicar ao PSG e ao título da Liga dos Campeões. Tem tudo apalavrado com o amigo argentino, que manda no time catalão e o quer ao seu lado em 2020/21. E ainda, jogando o que vem jogando, não descarta a possibilidade de voltar a figurar entre os melhores jogadores do mundo. O plano de Neymar é perfeito. Os atores são excepcionais. E o cenário está montado.