Não queria isso para mim... Se me perguntarem se concordo com o fato de Neymar ter parceiros pagos em tempo integral para ajudá-lo na vida e lhe fazer companhia, diria que isso não faz meu tipo. Mas eu não sou Neymar nem tenho a vida do Neymar. Ocorre que não vejo problema nisso, ou seja, no fato de o jogador colocar dentro de sua casa ou em qualquer outro lugar pessoas da sua infância que foram e são importantes para ele.
Não é vida comum... Há muitas ressalvas das pessoas comuns porque isso não faz parte da vida como ela é, da vida comum, minha sua, das pessoas de modo geral... Alguns chamam isso de excentricidade. Outros de loucura mesmo. Não vejo problema, repito. Quem não gostaria de ter seus melhores amigos ao lado ou conviver mais com eles no dia a dia?
Há exagero... Concordo que há exagero. Muito exagero. Concordo também que pagar por isso me soa "comprar companhia", mas talvez seja assim mesmo que funcione esse "relacionamento", uma espécie de mensalidade não dada aos filhos, mas dada aos amigos.
Fazem tudo por Neymar... O problema é esses caras, cada um na sua formação ou sem formação alguma, bloquearem o crescimento de Neymar como pessoa. Eles fazem tudo por Neymar e talvez Neymar deixe de aprender as coisas da vida porque não tem o que fazer, ou não precisa fazer. Isso vai refletir lá na frente, se é que vai. Há muitos jogadores da antiga que, após parar de jogar, não sabiam fazer nada da vida. Isso é ruim. Mas eram outros tempos.
Ele é feliz assim... O fato é que Neymar se sente bem com os "parças" ao seu lado. Isso é fundamental. Respeito isso. É claro que um absurdo se comparado ao que ocorre no mundo real, nas vidas das pessoas... Mas o atacante do PSG não é mais uma pessoa comum faz tempo. Como não deveria ser John Lennon, Elvis Presley, Michael Jackson e por aí vai. São artistas, pessoas diferentes, de vida diferente. Não nos cabe avaliar, ou não deveria. Mas como é uma pessoa pública, é o preço que tem de pagar. Se Neymar é feliz assim, que continua.
Solidão... Certa vez, a mulher de Ronaldo Fenômeno, Milena Domingues, me disse que, quando estava casada com o jogador, acordava em sua casa e via gente no sofá que ela não sabia sequer o nome. Jogador de futebol é assim. A solidão da carreira, das concentrações, da vida sozinho muito cedo faz com que ele se aproxime de amigos da infância e forme grupo fechado. O dinheiro propicia isso. Alguns casam e formam família. Outros levam essa vida até mais tarde.
A vida é dele... Talvez Neymar exagera em tudo isso, mas tudo na carreira e vida deste atleta é exagerado. Repito, não é a vida que aprovo ou levaria, mas se ele se sente feliz, que vá em frente.