Saiu do controle do contrato social em que vivemos, onde somos 'obrigados' a respeitar algumas regras naturais para a convivência na sociedade. Refiro-me às coisas corriqueiras do dia a dia. Essa turma do futebol que mata não respeitada nada disso. Rouba, agride e mata sem o menor pudor, sem sequer conhecer o 'inimigo'. Vão matando indiscriminadamente de acordo com a tabela, com os confrontos dentro de campo. Tudo virou briga de torcida.
A CPI das Torcidas Organizadas em São Paulo trabalha sem sucesso para coibir isso. Outros órgãos já estiveram na mesma situação e nada conseguiram. As mortes em nome do futebol não param. Elas simplesmente dão tréguas e retomam depois de um tempo. Não há santos nessa história, mas há muitos ingênuos. Dos envolvidos com o assunto, ninguém faz nada. Os líderes das Organizadas são fracos e não conseguem controlar seus membros. Não servem para liderar nada, portanto. A não ser que as ordens partam deles próprios para as confusões e revides. A Polícia Militar trabalha, prende e volta a trabalhar e a prender os mesmos. Não dá conta. As instituições acima da PM devem ter coisas mais importantes para se preocupar. Levam o assunto em banho maria, como quase tudo nesse País.
Por fim, a CBF e a federações estaduais fingem que o assunto não é com elas. Temem punir clubes e instituições, e quase sempre apelam para os ganchos brandos, em dinheiro ou cestas básicas. E esperam o dia seguinte para tocarem o futebol brasileiro como se nada tivesse acontecido. É assim há anos, décadas. Em agosto, fez 20 anos que Marcio Gasparin morreu na briga campal do Pacaembu, que talvez tenha sido a primeira dessa grandeza por aqui. Das instituições arrolados no tema, tirando as Organizadas, que deveriam acabar, a CBF é a mais culpada por não fazer nada para limpar tudo isso.