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Opinião|Rogério Ceni sabe das coisas: 'O São Paulo parou no tempo'

O desabafo de Rogério Ceni é muito mais do que uma reclamação feita de cabeça quente após uma derrota para o rival em jogo que valia taça. Tampouco trata-de se uma condenação geral por causa da nona partida seguida sem ganhar. O que Ceni fez foi colocar o dedo na ferida, aberta não é de hoje, mas que gera a fase ruim do Tricolor como time e individualmente de alguns de seus jogadores, cujos nomes o goleiro não revelou, mas que listo aqui:

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Luis Fabiano Paulo Henrique Ganso Lúcio Rhodolfo (que está fora e pode ir para o Grêmio) Aloísio Denílson Ceni

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O elenco não fala mais a mesma língua, e isso parece claro para todo mundo, inclusive para os próprios jogadores e também para o técnico Paulo Autuori, recém-contratado. Rogério também envolveu a diretoria nesse fracasso. Juvenal e seus pares não ganham nada faz tempo. Não é só o time. O presidente, que já tomou decisões importantes, não consegue administrar pelos caminhos certos. E aí, ou está perdido em suas ideias, ou cercado de gente que não o tem ajudado muito.

Pior foi a revelação, sem rodeios, feita pelo capitão sobre o legado de Ney Franco, o treinador que perdeu o emprego depois da Copa das Confederações. "Zero, zero, o legado é zero", disse, se não me engano, para o amigo e repórter de primeira, Eduardo Affonso. Para o capitão falar isso do seu treinador é porque muita coisa foi empurrada para debaixo do tapete nesse ano em que Ney Franco trabalhou no Morumbi.

Talvez Rogério já tivesse alertado isso para Juvenal, sobretudo pela condição que ele tem no clube. Somente ele poderia fazer isso de todo o elenco. O fato de o goleiro não conversar com Luis Fabiano, história que será melhor contada em breve, também indica que há muita coisa que precisa ser corrigida dentro do vestiário, o lugar sagrado dos jogadores. E aí cabe a Autuori comprar essa briga, diga-se, herdada de seu antecessor. O técnico precisa ter pulso e comando. E Ney Franco foi engolido por esses jogadores tarimbados e experientes. Autuori não será engolido e precisa deixar isso claro.

Se for o caso, afastando jogadores, mudando o time, fechando a defesa, repensando o esquema tático, cobrando condições de trabalho, contratando melhores profissionais. Juvenal também precisa retomar seu posto porque se isso não ocorrer já, poderá entregar o São Paulo para seu sucessor, provavelmente Leco, na segunda divisão. É cedo para tais previsões, mas também nunca parece tarde demais pensar nisso.

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O São Paulo, como disse Ceni, parou mesmo no tempo.

 Foto: Estadão
Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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