Não pode haver nada mais doloroso para um jogador em Copa do Mundo do que seu corte. É claro que tudo isso passa pela cabeça de Hulk nesse exato momento, único jogador do Brasil a deixar a concentração para fazer um exame clínico. Os companheiros tentam animá-lo, como disse Thiago Silva. Não é mais possível trocá-lo por outro porque ele já jogou uma partida e o tempo para isso acabou. Ou vai com Hulk. Ou vai sem ele. Se não puder jogar mais, ficará com o grupo até o fim, tenho certeza, e será o grande homenageado em caso de conquista.
Antes de deixar Teresópolis, ele estava mais esperançoso. Falava, inclusive, em jogar no sacrifício porque era Copa do Mundo. Felipão não faria isso com seu atacante, sabendo da possibilidade de arrebentá-lo numa segunda partida de Mundial. Talvez numa decisão, numa final, ele até que poderia pensar no caso. Nesta fase não. Hulk está descartado contra o México, aposto nisso todas as moedas que tenho no bolso.
O atacante entra agora naquela fase solitária de um jogador de futebol, quando ele não participa de nada com o grupo e se dedica exclusivamente aos trabalhos com o fisioterapeuta Luiz Rosan. Ele e o médico. O médico e ele. O discurso de Felipão é de espera por seu atacante, peça fundamental no seu esquema. Disse nesta segunda-feira que vai fazer testes com o jogador minutos antes da partida com os mexicanos. Na prática, treina com Ramires.
Mesmo envolto em tal drama, comum no esporte, Hulk teve uma boa notícia. O resultado da ressonância magnética não acusou lesão. A dor então será tratada apenas como dor. Sabe-se também que muitos outros jogadores já estiveram em posição parecida. O próprio Ronaldo, e também Rivaldo, na Copa de 2002, teve tratamento especial, com treinos especiais e cuidados especiais para disputar as partidas que se confirmaram especiais também. Pode ser um exemplo a ser seguido.
Não acredito no fim de linha de Hulk na Copa. Acredito que ele ainda voltará a campo em jogos decisivos pela seleção, a partir das oitavas. Mas isso é só um sentimento.