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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|O Santos amadureceu

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 Foto: Estadão

ESTE TEXTO FOI ESCRITO POR MIM E PUBLICADO NO JORNAL DA TARDE DE SEXTA-FEIRA

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O Santos teve de suar a camisa para garantir sua classificação para a fase semifinal do Paulista com três rodadas de antecedências. Foi o primeiro time a chegar lá. Os dez pontos de diferença para o Botafogo e os 25 gols a mais que tinha antes de o juiz apitar o início da disputa, porém, não se traduziram em vantagem imediata para a equipe em Ribeirão Preto.

Foi duelo parelho, com os donos da casa, claro, preocupados em anular a sensação do campeonato, mas também em tentar furar o bloqueio de sua razoável defesa. Os 4 a 2 foram bem jogados, lá e cá, diga-se, e com boa dose de irritação do técnico Dorival Junior com a arbitragem. O juiz Édson Pavani não deu um gol legal de Ganso no primeiro tempo e deixou de marcar pênalti em André no segundo.

A torcida, que ouviu o Hino Nacional na viola, também percebeu nos primeiros minutos que não haveria show no Santa Cruz. Pelo menos não aquele de passar o pé em cima da bola pra lá e pra cá, como o torcedor tem visto a cada apresentação santista. A escalação do Peixe também apontava nesta direção, sem Neymar e Robinho. O time ficou, de fato, mais sem graça, mas não menos eficiente. Não mesmo.

O Santos fez quatro gols, mantendo seu alto aproveitamento de balançar as redes na competição: 3 por jogo. Ganso conduziu o Santos mais uma vez. Deu dois passes de calcanhar que só o doutor Sócrates faria igual. E foi elegante ao denunciar o erro do árbitro em gol seu anulado por impedimento, que não havia, dedurado pelo bandeira. "Disse ao árbitro que o primeiro gol foi legal. Mas entendo que isto acontece."

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O meia sabia que seu time tinha condições de fazer outros mais. E fez. Só não contava com a pedreira que seria o Botafogo até o último minuto do confronto. Que rival encardido este Botinha! Pressionou a zaga santista como talvez ela nunca havia sido pressionada neste Paulista. Obrigou o goleiro Felipe a fazer boas defesas, principalmente no segundo tempo. Sempre correu atrás do marcador, é verdade, mas seus gols de empate foram logo em seguida aos do Peixe. Uma resposta imediata.

Não houve refresco, portanto, até o terceiro gol santista, aos 17 da etapa final, de Marquinhos. E depois com Zé Eduardo, que incorporou a boa fase dos titulares e sempre que entra faz das suas.

UM TIME OPERÁRIO O fato é que o duelo foi também um teste e tanto para os meninos da Vila, que mostraram amadurecimento, sobretudo na parte tática. Dois gols foram de Marquinhos, mas o volante voltou para ajudar Arouca com vontade e cheio de disposição. A defesa não teve sossego. Trabalhou ligada e sem piscar. Era preciso. Os laterais, mesmo cansados, guardaram posição. Dorival montou um time sólido em Ribeirão. E isso era o que faltava para tirar do torcedor qualquer dúvida em relação à capacidade de a equipe se virar se um dia os craques negarem fogo. O Santos que goleou o Botafogo no Santa Cruz teve uma cara nova, de time raçudo e trabalhador.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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