O Palmeiras vai deixar de fazer 1/3 do dinheiro que pretendia ganhar na temporada 2020. Em números reais, isso significa dizer que R$ 200 milhões dos R$ 600 milhões que o clube estimava arrecadar no ano não vêm mais. Ainda assim, a margem é de R$ 400 milhões. No ano passado, sem a pandemia e com o torcedor presente no estádio, o Palmeiras apresentou balanço de R$ 641 milhões. O dinheiro veio dos direitos de transmissão dos jogos, publicidade e patrocínio, arrecadação de bilheteria e jogos, venda de atletas, premiações e arrecadação social.
Dois itens são essenciais na conta. O primeiro deles é o ganho de R$ 70 milhões em dias de jogos. Com a covid-19, o futebol parou e o público sumiu. O clube teria de encontrar um outro jeito de fazer essa mesma receita. Ainda não conseguiu. Com a recessão no Brasil e o desemprego, há ainda a possibilidade de os associados trancarem matrícula. Em 2019, o dinheiro vindo da parte social chegou a R$ 40 milhões. Há ainda um montante relativo ao sócio-torcedor na casa dos R$ 46 milhões. Sem jogos, esse dinheiro não existe. As empresas que cuidam disso fazem malabarismo para manter seus associados.
A queda na receita vai bater diretamente no futebol. Não há como manter uma folha de pagamento até dezembro com jogadores que não são usados. Vendê-los ou emprestá-los é uma solução. Todos os times estão nessa pegada. O São Paulo não demorou a rescindir o contrato com Alexandre Pato. Iria fazer o mesmo com Hernanes - quase R$ 1,5 milhão a menos na folha. Pedir mais dinheiro para a patrocinadora, além de correr o risco de ouvir não, vai comprometer orçamentos futuros. O Palmeiras não fará isso.
Para muitos no clube, a solução está mesmo na redução do elenco e da folha.