EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Palmeiras e Santos, os quase dissidentes

Palmeiras e Santos estão prestes a debandar para o lado dos dissidentes do Clube dos 13 e se juntar ao Corinthians no conturbado capítulo em que se transformou a negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro do triênio 2012, 2013 e 2014. Se isso acontecer como se aventa nos bastidores dos dois clubes, o quarto grande do Estado, o São Paulo, ficaria isolado nas tratativas com a TV.

PUBLICIDADE

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Juvenal Juvêncio, mandatário do Morumbi e desafeto declarado de Ricardo Teixeira, da CBF, não pretende romper com o C13, do presidente Fábio Koff. O Clube dos 13, diga-se, tem no São Paulo e no Atlético Mineiro, dirigido por Alexandre Kalil, que também é vice do C13, dois de seus maiores aliados nessa batalha contra Globo e CBF, apontados por Koff como responsáveis por toda essa confusão. O outro de Minas, o Cruzeiro, anunciou ontem estar com os rebeldes. O presidente Zezé Perrella fez uma lista dos dissidentes, e incluiu nela Palmeiras e Santos, além dos quatro do Rio, do Corinthians e de Goiás, Atlético-PR e Coritiba. "O C13 pode me expulsar se for o caso ou pedir a minha desfiliação."

PUBLICIDADE

Kalil, do Galo, garantiu ao blogueiro que de nada adiantará isso. "Não adianta a Globo conversar com esse ou aquele. Se não houver um consenso, e no meu entender só haverá pela licitação, não teremos transmissão", disse o presidente do Atlético-MG.

A possibilidade de ganhar mais da Globo do que se continuar aliado ao processo de licitação do C13 parece mexer com o presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone. Ele também teme comprar briga com a Globo, que sempre esteve fechada com a CBF. Na ordem de grandeza do Clube dos 13, o Palmeiras pertence ao grupo de elite, portanto, com direito estimado de receber R$ 42 milhões/ano. Na mesma condição estariam Vasco e São Paulo e os dissidentes Corinthians e Flamengo.

Mas a decisão da Globo de sair da licitação deve levar as outras duas emissoras interessadas, Record e Rede TV!, a não oferecer muito mais que a cota mínima proposta pelo C13, que é de R$ 500 milhões. Ou seja, os valores especulados pela entidade de Koff poderão sofrer ligeiro corte. OC13 fazia suas contas estimando que a vencedora da concorrência entre as TVs abertas desembolsasse R$ 600 milhões por temporada do Brasileiro. Isso pode não acontecer. O Palmeiras vê com bons olhos a possibilidade de pedir mais para a Globo. Gostaria muito de se juntar a Corinthians e Flamengo, cujo valor de transmissão dos jogos deve bater nos R$ 75 milhões. Mas entenderia se isso não fosse possível. O Grêmio pediu R$ 50 milhões e esse valor servirá de plataforma para todos os outros clubes interessados em conversar com o Globo.

O Santos, de acordo com seu presidente, Luís Álvaro, entregou a decisão para seu comitê gestor, que tem por finalidade orientar a presidência em assuntos polêmicos. Amanhã, depois da análise de tudo o que foi dito na semana, uma posição será tomada. "Respeitamos o C13 e o seu presidente, Fábio Koff, mas tomaremos a decisão que for melhor para o Santos", disse Luís Álvaro, que votou contra Koff na última eleição, mas que ganhou um cargo na comissão de negociação com as emissoras de TV.

Publicidade

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.