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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Parar ou não o futebol? A bola está com o governador João Doria

O que o mandatário determinar, terá de ser cumprido no Estado; a fase vermelho de SP vai até o dia 19, pelo menos

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Desde o começo da pandemia, em março do ano passado, os clubes de futebol de São Paulo se curvaram diante das recomendações dos órgãos competentes de saúde e de todo o estafe do governo estadual sobre o combate à covid-19. Sempre foi consenso que a turma do futebol não sabia de nada da doença e que o melhor a ser feito era seguir as orientações dos médicos, infectologistas e profissionais diretamente envolvidos com o novo coronavírus.

 Foto: Estadão

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Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O futebol sempre esteve na pauta dos representantes do governo em todos os seus movimentos no tabuleiro para combater a doença. Começou há um ano, quando os torneios foram postergados e os clubes se viram obrigados a dar férias para seus jogadores, em abril. A partir daí, protocolos foram confeccionados para sua retomada. O torcedor foi excluído dos estádios. Os jogadores, todos eles e não somente os relacionados, passaram a ser testados. Antes disso, eles tiveram de treinar em suas casas e varandas.

A CBF, com seus pares espalhados pelo Brasil, entendeu naquela ocasião que o futebol tinha de voltar para movimentar tudo o que ele representa, desde que todos rezassem pela sua cartilha, de boa e segura conduta em relação à covid-19, com testes e isolamento. O governador João Doria (foto) ajudou nisso. Ele sempre esteve à frente desta luta.

Depois que foi retomado em maio, o futebol não parou mais. Clubes foram acometidos por surtos da doença em seus elencos. Muitos foram contaminados. Todos tiveram de ser afastados até total recuperação e novos exames. Os atletas não foram vacinados. Não fazem parte dos grupos prioritários. Novos ajustes foram feitos nos protocolos, alguns tiveram de ser lembrados. Houve aqueles que deram com os ombros.

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Até que o Brasil explodiu em sua maior crise da covid-19, sem uma ação nacional, com trocas de ministros e ciência sendo desacreditada pelos mais ignorantes. Tudo isso ajudou a confundir o brasileiro. Perdemos o isolamento. As pessoas abusaram. O torcedor tirou as máscara para festejar as conquistas do seu time. O resultado foi o avanço da doença, com muitas mortes.

Antes mesmo de Lisca, técnico do América-MG, fazer um apelo para a CBF, num post aqui mesmo já pedia pela paralisação do futebol. Atletas e profissionais da área estavam correndo riscos sem necessidade nesse período de avanço da doença, com as mortes em sua maior média no Brasil, assim como o número de contaminados.  O futebol rachou. Por isso é hora de repensar.

Novas datas podem ser arranjadas. Não temos de ter pressa a não ser para a vacinação. Segunda-feira, pessoas até 75 anos começam a receber a primeira dose em São Paulo. Ótimo. Mais um pouco, a vacina chega aos treinadores. Este é o único caminho. Vacinar, vacinar, vacinar! São Paulo tem produzido as vacinas. O governador João Doria vai tomar a decisão nesta quarta sobre o futebol. A Federação Paulista defende a permanência das partidas, defendendo os protocolos no Estadual. Não é uma decisão fácil, mas tem de ser uma decisão de consenso.

O clubes estão entre seguir a FPF ou as determinações do governo, que é soberano neste quesito. Se parar por duas semanas, já ajuda. Se forma mais, melhor. Vidas estão em jogo. A pandemia não está para brincadeira. A bola está agora com João Doria. O que ele determinar, terá de ser cumprido.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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