Robson Morelli
13 de julho de 2011 | 10h09
A primeira opinião é a de que o presidente Andres Sanches endoidou ao fazer uma proposta de R$ 90 milhões ao Manchester City para contratar em definitivo o argentino Carlitos Tevez. E acho que endoidou mesmo. O futebol brasileiro nunca pagou tanto por um jogador, ainda mais argentino (aqui é provocação).
O negócio, no entanto, pode ser vantajoso para o clube. Com Tevez no elenco, o Corinthians torna-se um time diferenciado, com, digamos, atração internacional. Todo mundo sabe do que Tevez é capaz de fazer dentro de campo. A ideia de Andres e do seu estafe, principalmente a turma do marketing e de vendas, é arrebentar de ganhar dinheiro usando a imagem do jogador.
A primeira providência é rever todos os contratos de patrocínio, com o seguinte argumento: ‘agora temos Tevez. É mais caro’. Se colar, o clube estima ganhar perto dos R$ 70 milhões de patrocínio com três ou quatro marcas apenas. R$ 70 milhões por ano. Em quatro anos, que é o tempo de contrato estipulado ao atacante, faria R$ 280 milhões. Em tese.
Ainda teria dinheiro da venda de camisas e da bilheteria dos jogos. Estimo que só de bilheteria, o Corinthans poderia fazer R$ 1,5 milhão por partida. Talvez R$ 1,2 milhão.
E o melhor de tudo isso é que o dinheiro investido nesta contratação não sairia do bolso do presidente nem dos cofres do clube. É dinheiro da Globo. Portanto, de custo zero para Andres. Ele deixaria de embolsar, mas não tirararia nada do bolso. Se der certo, é jogada de mestre.
Se não der, vão chamá-lo de irresponsável. O certo era pagar com esse dinheiro da transmissão dos jogos na TV a dívida do clube, que já está na casa dos R$ 120 milhões. Ocorre que no futebol ninguém pensa nisso. O comum é deixar rolar e empurrar para o próximo que assumir o cargo. Vai negociando e renegociando.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.