Robson Morelli
20 de julho de 2020 | 11h00
Retomar o futebol enfrentando seu maior rival não é o que Corinthians e Palmeiras gostariam de ter. Ocorre que a tabela e a paralisação do futebol deram a esses dois adversários essa condição. Na quarta-feira, o Corinthians recebe o Palmeiras em Itaquera na partida mais importante da retomada do Paulistão. Muitos nem se lembram mais das escalações do seu time. Foram mais de 100 dias sem futebol. Mas isso não faz com que o torcedor desanime. Ele suportou firme até agora a ausência do futebol. Não sei, no entanto, como sairá deste clássico – lembrando que não haverá público nas partidas da competição.
Digo isso porque o nariz vai torcer em caso de derrota de um dos lados. Se o Palmeiras perder para o rival, o torcedor vai baixar a guarda. Vai cobrar a venda de Dudu, a falta de contratações e treinos, vai criticar a Federação e voltar a pegar no pé de alguns jogadores, os que mais errarem e os que menos correrem. Vai entender que a temporada está comprometida por causa da pandemia. E que seu time não é mais o mesmo.
Se o Corinthians perder, a casa vai cair. Primeiramente porque ele é o mandante. Sofre mais quem perde jogo em casa. O clube está envolvido em uma série de complicações e obrigações financeiras, como o pagamento do estádio. O time perdeu jogadores também. Love foi embora e chegou Jô. Há quem diga que melhorou. O Corinthians precisa ainda se garantir entre os dois primeiros do grupo para não ser eliminado. Tudo isso estará em jogo nos primeiros 90 minutos.
O futebol, assim como o torcedor, não dá crédito para os times. Uma derrota quarta-feira de um dos lados vai provocar muita confusão. Sem treinos abertos, sem partidas durantes quatro meses e sem entrevistas é muito difícil avaliar a condição de cada um desses rivais. Em condições normais, Corinthians e Palmeiras se equivalem. Sempre foi assim.
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