O futebol brasileiro trabalha para voltar na segunda quinzena de maio. Conversas estão sendo feitas nesse sentido, de modo a apontar uma data para a retomada. O Rio já tem um plano de voo chamado "Jogo Seguro" para a retomada do Estadual, envolvendo todos os seus participantes. O Flamengo pode anunciar em breve a volta aos treinamentos, nos moldes do que já acontece na Alemanha, por exemplo, conforme reportagem desta terça-feira do repórter do Estado Ciro Campo. Ele conversou com Wendell, do Leverkusen.
A parte financeira tem pesado para os clubes. E a falta de dinheiro impulsiona a decisão. Nada, no entanto, acontecerá sem o aval das Federações e da CBF, que estão afinadas em relação à necessidade de segurança para todos os envolvidos com uma partida de futebol, de jogadores a massagistas, passando pelos árbitros e delegados dos torneios. O público, nesse primeiro momento, está fora. As partidas, se voltarem mesmo em maio, não contarão com torcedores. Há uma peça importante que são as transmissões dos jogos. A Rede Globo, por exemplo, tem o direito de mostrar as partidas dos Regionais. Ela teria de concordar com a volta. Isso implicaria em mandar equipes para os jogos, expor seus funcionários. Por outro lado, ela ganharia com a venda de pay-per-view.
Tudo ainda é embrionário dado o estágio em que a pandemia está no Brasil. Já passamos das mil mortes com a covid-19, mas, de acordo com o Ministério da Saúde, o País não chegou no seu ápice da doença. Portanto, o isolamento social ainda é extremamente necessário. Não dá para pagar para ver. O risco é grande. Nossos hospitais começam a ter os leitos ocupados. Os hospitais de campanha, como Pacaembu e Anhembi, já estão recebendo muitos pacientes. Há um temor pelo colapso da nossa capacidade hospitalar e também médica.
Não estamos livres da doença ainda. Por isso é preciso ter cautela para retomar o futebol. Estamos todos com muito apetite de bola, mas as autoridades precisam pensar no bem-estar de jogadores e demais profissionais da área.