Até duas semanas atrás, o Cruzeiro caminhava a passos largos para o bicampeonato brasleiro, tamanha era sua folga na ponta da tabela, e muito maior era a eficiência do seu futebol em campo. O Cruzeiro não perdia, enquanto via seus rivais diretos, ou os mais próximos, derraparem ora numa rodada ora em outra, sem, no entanto, conseguir manter a regularidade. São Paulo, Inter e Fluminense, os adversários que mais perseguiram o time mineiro nesta edição, são exemplos prontos desta falta de constância no torneio.
Há quem diga que o São Paulo poderia até ter ultrapassado o Cruzeiro em algumas ocasiõe não fossem os pontos jogados na lata do lixo diante de oponentes teoricamentes mais frágeis do que ele. A opinião vale também para Inter e Fluminense. O Colorado, por exemplo, tem seis pontos atrás da equipe mineira mesmo a despeito da surra que tomou de 5 a 0 diante da Chapecoense - diga-se, um resultado pra lá de anormal. Seriam três pontos não fosse essa zebra.
A pergunta que se faz faltando 10 rodadas para o fim do Brasileirão é se o Cruzeiro tem fôlego para se manter em vantagem até a 38ª rodada. O técnico Marcelo Oliveira, e alguns jogadores do grupo, já disse que é preciso retomar o caminho das vitórias e da seriedade. Ele entende que o Cruzeiro andou vacilando por conta própria, abusando da sua condição e se dando mal. O treinador teme que o time não sustente sua vantagem para o segundo colocado, por exemplo, hoje o Inter de Porto Alegre (56 contra 50 pontos). Duas rateadas, e o time de Belo Horizonte poderá perder a liderança da competição, e num momento de definições. Seria chamado de cavalo paraguaio, o que não é.
O fato é que os principais adversários sempre sonharam com essas derrapadas do líder. Precisam, porém, aproveitar a chance e somar eles pontos em jogos que o time de Minas não soma. Se isso acontecer, o Brasileirão ganhará partidas importantes e emocionantes nesta reta final.