Robson Morelli
10 de junho de 2015 | 22h59
A negociação do Atlético de Madrid com o São Paulo para ter Rodrigo Caio esquentou domingo, quando celulares no Brasil e na Europa tocavam sem parar. A Rádio Estadão foi quem deu a notícia na frente, detalhada, como se confirmou nesta quarta-feira, com este repórter. O empresário português Jorge Mendes ligava para seus parceiros no Brasil sem parar, uma ligação atrás da outra, todas sobre Rodrigo Caio. O agente queria fechar o negócio. Como todos sabem, Jorge Mendes não é de perder negócio. Os que o conhecem dizem que ele não se cansa de trabalhar até que tudo se ajeite. Não há domingos ou feriado se tiver negócio para fazer.
No caso de Rodrigo Caio, ele tinha a oferta do Atlético de Madrid de 12,5 milhões de euros (R$ 44 milhões) nas mãos. Daí sua insistência. Do jogador, ele tinha o aval e a vontade de jogar na Espanha. O problema era convencer o São Paulo de aceitar a forma de pagamento, não era nem o valor, que com esse o Tricolor estava contente. O Atlético pagaria os R$ 44 milhões em duas parcelas, uma agora e outra em dezembro. Ataíde Gil Guerreiro, a pedido do presidente Aidar, queria pagamento à vista. Jorge Mendes forçava a barra e avisava que a negociação tinha de ser fechada até segunda-feira. Caso contrário, o clube espanhol partiria para sua segunda opção no mercado. Não revelou nomes.
O São Paulo segurou o quanto pôde, dois dias, mas sempre acenando com o acerto. Em função da oferta, Rodrigo Caio passaria a ser titular do São Paulo, como foi no fim de semana. Até outro dia, era reserva. Um pouco mais para trás estava recuperando-se de cirurgia. O São Paulo também pensou bem na condição do jogador, com duas operações nos joelhos. O garoto de 21 anos talvez não suportaria uma terceira. Tomara nunca precise. Em função disso, da necessidade de dinheiro, de parte dos salários atrasados e do pedido do jogador, o negócio deu certo.
INVESTIMENTO
O São Paulo tem dois planos para investir o dinheiro da venda de Rodrigo Caio. O primeiro deles é quitar o que deve para os jogadores. É dinheiro de sobra para isso. Desse modo e com a recém-chegada de Osorio, a diretoria quer, de fato, começar uma era no Morumbi, a nova era Aidar, que teve seu tempo para arrumar a casa e agora tem no futebol o carro-chefe de sua gestão.
O outro projeto é mexer no estádio. O São Paulo não desiste de reformar o Morumbi para se juntar aos rivais Corinthians e Palmeiras e suas novas arenas multiusos. A cobertura do Cícero Pompeu de Toledo e obras pontuais em setores específicos, dando uma cara nova e mais modernidade são pensadas com carinho pelo mandatário. Com isso, o São Paulo quer entrar nas grandes rendas. Time para isso, Aidar entende que tem.
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