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Opinião|Rogério Ceni não sentiu firmeza no projeto do Atlético-MG para a temporada

Treinador diz "não" ao clube de Minas e permanecerá no Fortaleza no Nacional

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Há vários motivos que podem explicar a decisão de Rogério Ceni de permanecer no Fortaleza e não aceitar a oferta do Atlético-MG para o restante da temporada. Uma delas deve ser a falta de crédito que o clube de Minas passou para o treinador em conversas curtas e preliminares. Não há como saber ao certo a não ser que Ceni revele um dia, o que muito provavelmente não acontecerá por princípios éticos. Mas é fácil olhar para os clubes brasileiros, de modo geral, e não enxergar firmeza. O que se diz num dia não se cumpre no outro. Para ficar no exemplo do Atlético-MG, a diretoria contratou e demitiu Levir Culpi com a mesma certeza. Primeiramente, foi contratado porque ele seria a salvação do time. Depois, demitido porque toda a culpa do fracasso lhe pertencia. O fato é que não é nem uma coisa nem outra.

 Foto: Estadão

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Esse procedimento tem sido comum há décadas no nosso futebol. Só que agora, os treinadores, que tomam as mais fortes pancadas quando a coisa não vai bem, apesar do bom salário, estão repensando na escolha de seus patrões. Talvez Rogério Ceni tenha chegado à conclusão de que correria mais risco com a direção do clube de Minas Gerais do que com a dificuldade de ter de levar o Fortaleza a uma posição legal no Campeonato Brasileiro. Preferiu ficar onde está. Preferiu um time mais modesto, mas com um projeto em andamento do que um clube sem nada, que só faz errar nas suas decisões administrativas.

O Atlético-MG caiu fora da Libertadores, não ganhou o Estadual, está sem técnico e terá de começar do zero o Campeonato Brasileiro. Vai viver da aposta dos lampejos de alguns jogadores ou de uma apresentação coletiva convincente. O Atlético é o exemplo aqui, mas a concepção serve para outros clubes, quase todos do País. Ceni, portanto, toma a decisão certa. Será ovacionado por isso. Permanecerá onde está e somente vai adiar a chegada a um time grande, o que vai ocorrer naturalmente em sua nova e fresca carreira.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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