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Opinião|Abrir mão de Felipão seria a pá de cal

A derrota para o Vasco, a 14ª no Brasileirão, caminha para se transformar num divisor de águas na campanha do Palmeiras nesta competição.  É cada vez mais consenso no clube que algo drástico precisa ser feito antes que o time caia para a Segunda Divisão, de novo. E esse 'algo drástico' deve ser entendido como DEMISSÃO do técnico Luiz Felipe Scolari. Caminha para isso. Essa, aliás, é a única coisa que as diretorias de futebol de todos os clubes do Brasil fazem quando a corda aperta no pescoço, como se sente o presidente Arnaldo Tirone nesse momento.

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Atualização:

Digo logo de cara que, se tomada essa decisão, será mais um erro na temporada. Não há treinador melhor para o Palmeiras nesse momento que Felipão. Qualquer outro que assumir o cargo não terá fôlego para ajeitar o time a tempo de escapar da degola. Se há jogador trabalhando contra, a diretoria deveria vir a público e dar nomes. Claro. Para que todos saibam quem está junto e quem está contra.

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A falta de personalidade é tamanha no Palmeiras que após a derrota por 3 a 1 para o Vasco, o elenco jogou Tiago Real aos leões para explicar a situação da equipe. Uma vergonha. O garoto acabou de chegar e teve de explicar uma campanha da qual participou bem pouco, diga-se. Na manhã dessa quinta, havia 1 torcedor no aeroporto para recepcionar a delegação, que deixou o local sem qualquer contato com o público. Foi da pista direto para o ônibus.

Ocorre que a diretoria não acredita mais no trabalho de Felipão, o que é mais uma incoerência do clube. Felipão é cotado para assumir a seleção e o Palmeiras acha que ele não tem condições de ficar. Há algo errado. Duvido que os jogadores vão pedir a permanência do treinador até o fim do ano. Não acredito nisso, sobretudo vindo de um grupo como esse.

As opções de substituto são poucas. Fala-se em Leão, que acabou de assumir o São Caetano, porque ele tem facilidade em dar choques em times que precisam reagir. Pode ser. Mas que outro poderia assumir o Palmeiras com total identificação com o clube?  Não há. Inventar um comandante não funcionaria nesse momento. Se Dorival Júnior cair no Flamengo, ele seria um nome, mas traria na bagagem duas demissões de peso na temporada, no Inter e no Fla.

Talvez a diretoria dê a Felipão mais uma chance, domingo, contra o Corinthians. Isso também é muito comum no futebol. Não se troca treinador às vésperas de clássico. Mas se troca após, em caso de derrota. Se isso acontecer, é fundo do poço. E no tripé do futebol (técnico, elenco e torcida), os palmeirenses são os únicos que fazem sua parte nesse momento. Não foram ao aeroporto apavorar o time e têm comparecido aos jogos e apoiado na maior parte do tempo. Só não apoiam mais porque ninguém é de ferro.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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