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Opinião|Santos e Ganso: ou se acertam ou se separam de vez

O braço-de-ferro travado na Vila Belmiro entre Santos, Ganso e DIS (a empresa que tem 55% dos direitos federativos do jogador) tem um único final visível até esse momento: a saída do meia do clube. Não há outro caminho para as bravatas dos dois lados - vale ressaltar que a DIS pende para o jogador e não para o clube. E, como tem 55% do contrato, deve ser respeitada, ao menos ouvida antes de qualquer decisão.

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Atualização:

As informações são até agora bastante desencontradas. O Santos diz que ofereceu salário de quase R$ 450 mil mensais a Ganso e ele não topou. O argumento é que o meia gostaria de receber como Neymar, algo em torno dos R$ 3 milhões, incluindo a cota de todos os seus patrocinadores - o Santos teria direito a apenas 10% desse dinheiro de publicidade. E como já faz algum tempo que Neymar tem seu contrato estipulado, e ele até agora não reclamou de nada, é fácil concluir que o clube está dando conta de bancar seus vencimentos. Salvo qualquer segredo das partes.

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Para Ganso, quando estava no auge e sendo observado pelos clubes da Europa, uma reformulação em seu contrato, com ganhos acima da média, também lhe foi sugerida pelo Santos. Depois ele se machucou e o novo contrato foi, ao que parece dado o seu descontentamento, arquivado. O Santos diz que tentou triplicar seu salário, e que ele não aceitou. Queria mais.

Ganso comenta que jamais recusaria R$ 500 mil por mês. "Não sou maluco."

O fato é que o descontentamento salarial não é mais a única questão a ser resolvida para Ganso. Talvez essa seja a menor no momento. O jogador está insatisfeito na Vila. Jamais dirá isso com todas as letras até porque tem uma bandeira a respeitar e, bem ou mal, uma torcida do seu lado, que já gritou muito o seu nome em campo.

É claro também que o descontentamento de Ganso nada tem a ver com o time que Pelé defendeu. E isso o torcedor precisa entender para que não cometa injustiças. O problema de Ganso são as pessoas que fazem o Santos nesse momento. Simples assim. O jogador se sente abandonado e tem o direito de querer mudar de ares.

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É claro que o futebol, e suas leis, felizmente, não permite que o jogador se aborreça no clube, faça suas malas e se mande. Há um contrato a ser respeitado e, geralmente, uma multa rescisória a ser paga. Ocorre que todos sabem que multa nenhuma segura jogador no clube. E na situação de Ganso, há ainda a DIS, que vê seu jogador ser desvalorizado a cada rodada do Brasileirão. Perde dinheiro e certamente fará algo para estancar esse sangramento.

Muricy é peça importante nessa discussão. Só não tomará partido ou tentará resgatar Ganso se sentir do jogador que não há mais o que tentar.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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