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Opinião|Seleção não pode jogar meia noite no horário de Brasília. Isto é um desrespeito ao trabalhador

Um amistoso para quem sofre de insônia ou trabalha em horários alternativos e pode dormir até tarde

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 Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Tacada de mestre... Se a CBF e a comissão técnica de Tite queriam afastar o torcedor da seleção, conseguiram. A jogada foi de mestre. Parabéns aos envolvidos que aceitaram fazer um amistoso do Brasil começando meia noite do horário de Brasília. Apesar da falta de emprego generalizada, o Brasil ainda é um país de trabalhadores, portanto, sem a menor chance de ficar diante da TV durante 90 minutos da madrugada.

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CBF vendeu a seleção... Ora, quando se fala que a CBF "vendeu" a seleção, é justamente isso que se quer dizer. Os amistosos têm duas finalidades: treinar e se mostrar. Ora, a primeira intenção será cumprida. Neymar ganhará mais ritmo, assim como entrosamento com os outros jogadores. Isso é bom apesar do tipo de adversário. Prefiro um time europeu, que tem sido nosso calcanhar de Aquiles nas Copas do Mundo. Mas se a CBF não consegue nada nesse sentido, vai o Peru mesmo. E Peru desfalcado de seu melhor jogador, o atacante Guerrero, que estará concentrado para a final da Copa do Brasil entre seu Inter e o Athletico-PR.

Quem vai ficar acordado... A outra finalidade de um amistoso de seleção, mostrar o time ao seu torcedor, não será cumprida. A CBF fracassa nesse sentido. No horário de Brasília, esse jogo começará meia noite, quando a maioria do torcedor está dormindo. Vai pegar quem tem horários diferentes de trabalho, aqueles que sofrem de insônia ou quem pode acordar meio dia.

Novo calendário... Tite se propôs a ajudar a CBF em padronizar o futebol brasileiro a partir de 2020, combinando jogos dos clubes com jogos da seleção, de modo a parar os campeonatos quando o Brasil estiver em campo. Essa nova organização deveria "retomar" também o controle da seleção, para que a CBF possa determinar rivais, locais e horários dos jogos do time. Se isso não acontecer, o torcedor vai continuar longe da equipe nacional.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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