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Opinião|Tiago Nunes nunca teve a cara do Corinthians e foi demitido também graças a um elenco fraquinho

Treinador perde emprego depois de derrota para o Palmeiras na Neo Química Arena, em Itaquera

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Tiago Nunes ficou pouco no Corinthians. Entrou num ano e saiu no outro. Ele nunca teve a cara do time. Aquela risada ao se despedir de Luxemburgo depois de apanhar de 2 a 0 do Palmeiras em sua casa não pegou bem. Isso mostra que ele nunca entendeu o que é comandar o Corinthians. Passou a imagem de não sentir na pele uma derrota em casa para seu maior rival. Tem coisas que nunca vão mudar no futebol. Essa rivalidade é uma delas, principalmente agora em que os dirigentes não sustentam o que falam.

 Foto: Estadão

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Outro problema do Tiago é ter perdido o vestiário. Dizer que Fagner "cometeu um equívoco" ao colocar a mão na bola num lance intuitivo do jogador na área também pegou mal. A jogada resultou em pênalti e gol do Palmeiras. Para os atletas, Tiago "fritou" o lateral. Fagner errou, é verdade, mas ele tem ajudado o time há anos e o treinador tem de saber disso. Tratou o cara como um qualquer. Fagner não é um qualquer.

Tiago não consegui cumprir as promessas de mudar o Corinthians. Era para ser um time vistoso e vencedor. Não é nem uma coisa nem outra. Ficou fora da Libertadores e quase não se classificou para o Paulista. Quase. Vai mal no Brasileirão. O fato de não fazer Luan jogar também pesa contra ele. Não ter padrão, mais ainda. Tiago não foi em São Paulo 1/3 do que foi no Paraná.

A seu favor, um elenco herdado. Fraco. Com jogadores que em outras épocas não serviam nem para engraxar as chuteiras dos jogadores do time. O Corinthians não pode se contentar com tão pouco, não pode dar sua pesada camisa para qualquer jogador. Não pode. Para vesti-la é preciso jogar mais. Tem jogador no elenco que não passa em peneira. Isso é da parte do treinador também, mas sobretudo da diretoria. É preciso comprar melhor. Escolher melhor. O Corinthians está cheio de jogador de rede social.

A diretoria perde crédito. Se vai demitir, não fala que não vai demitir. Isso pega mal. É preciso ser gestor de verdade. Quem está em dúvida, não defende. Neste quesito, o presidente Andrés Sanchez errou.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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