Para adversários, Brasil foi mal em campo e resultado foi injusto
Gabriel Gama - especial para O Estado de S. Paulo
BELO HORIZONTE - A decepção dos chilenos na saída do Mineirão era evidente. Afinal, foi por pouco que a equipe chilena não eliminou o Brasil precocemente da Copa do Mundo e escreveu o nome do país na história do futebol.
Os primeiros grupos a sair do estádio eram os torcedores adversários. As poucas pessoas que aceitavam conversar sobre a partida se limitavam a lamentações e atribiuám a eliminação ao azar.
Felipe Acevedo, 30, que veio acompanhado de seu pai, Alejandro Acevedo, 60, afirmou que a seleção chilena mereceu mais a classificação do que a brasileira. "Jogamos com raça e coração durante todo o jogo. Fizemos um segundo tempo muito melhor. Pênalti é imprevisível. Eles acabaram sendo mais eficientes", disse.
Apesar do abatimento com o resultado, Acevedo está orgulhoso do desempenho dos jogadores comandados pelo técnico Jorge Sampaoli. "Eles representaram bem o país. Temos uma ótima geração e merecíamos algo melhor. Os brasileiros tiveram um grupo fácil e não provaram a sua força ainda. Já havíamos feito boas partidas contra Holanda e Espanha."
Para Diego Galaz, 30, o jogo foi uma disputa equilibrada entre o talento de alguns jogadores brasileiros contra a força coletiva do time chileno. Ele acredita que se fosse qualquer outro rival nas oitavas, o Chile teria mais chances. "Historicamente não temos sorte com o Brasil. Hoje foi um dos duelos mais equilibrados dos últimos tempos, mas o goleiro brilhou na defesa dos pênaltis e isso fez a diferença. Tivemos a bola do jogo com Pinilla. A trave não deixou", lamentou.
Freguesia. A seleção brasileira não perde para a chilena desde 2002. De lá para cá, foram 69 jogos, com 49 vitórias canarinhas, sete dos rivais e 13 empates. Em Copas, o Brasil já havia eliminado o adversário em quatro edições: na semifinal de 1962, quando venceu por 4 a 2, e em 1998 e 2010, ambas nas oitavas, por 4 a 1 e 3 a 0, respectivamente.