A despeito do favoritismo da Espanha e do Brasil, as expectativas de Rodrigo são imodestas. "Todo mundo espera ser campeão. Eu acredito que a gente vá chegar, pelo menos, até as semifinais", afirma. Entre um cigarro e outro, aguardou por quatro horas a delegação uruguaia. De bom humor. A esperança de fazer um registro fotográfico ou conversar, mesmo que rapidamente, com um jogador é que não se concretizou.
Por volta das 01h45, o ônibus celeste chegou ao hotel. Contudo, assegurada por cinco viaturas da Polícia Militar e uma do Batalhão de Trânsito (BPTran), os atletas utilizaram uma entrada pela lateral, impossibilitando qualquer contato. Para decepção de todos, nada de aceno, parada para foto, ou palavra que fosse. Seja para imprensa ou torcedor.
Quem também estava empolgado para receber a Celeste foi o pernambucano Ricardo Alves, de 32 anos, que, junto com o amigo Ravy Tenório, de 23, fez plantão na porta do hotel desde as 21h30. Por dois anos, ele morou no Uruguai, por quem diz ter "um carinho especial". "O povo é bastante receptivo e ama os brasileiros", defende. Com a hora avançada, Ricardo não sabia como ia voltar para casa, mas a recompensa, em tese, valia o esforço. "Eu quero, no mínimo, três autógrafos", planejou. Não deu. Nem começou a Copa das Confederações, e o primeiro drible uruguaio já saiu. Desta vez, sem aprovação da torcida.
... à alegria
Apesar de blindar a interação com os torcedores, a Fifa convidou a Quadrilha Dona Matuta, grupo pernambucano de dança típica das festas juninas, para receber a seleção no hall do hotel. Dançarino há 12 anos, Alexandre Tiago, de 29, não gosta de futebol e nem soube citar o nome de algum dos seus famosos espectadores. Um detalhe menor, diante da alegria de ter sido bem recepcionado pelos uruguaios. "Todos foram muito educados. Assistiram à apresentação, aplaudiram e até pararam para tirar foto", comentou, antes de completar. "Ganhei minha noite".