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O dia a dia dos alunos do Curso Estado de Jornalismo Esportivo

Brasiliense faz como pode para assistir à seleção

Com ou sem ingresso, moradores de Brasília encontraram maneiras de não perder os lances da abertura da Copa das Confederações

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Por Lucas Vidigal
Atualização:

 

Torcedoras veem estreia do Brasil na Esplanada dos Ministérios (Lucas Vidigal/Seleção Universitária)  Foto: Estadão

Lucas Vidigal - Seleção Universitária - especial para o Estado

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BRASÍLIA - O dia na capital federal amanheceu ensolarado. Desde a manhã deste sábado, 15, o brasiliense procurou o melhor jeito de assistir à partida de abertura da Copa das Confederações, que ocorreu bem na área central de Brasília. O Estádio Nacional Mané Garrincha fica à margem do Eixo Monumental, uma das principais e mais movimentadas vias da cidade.

Teve gente que tentou arranjar ingresso de última hora. Para o casal Douglas Dantas, 21 anos, e Ana Flávia Monteiro, 19, deu certo. "Ficamos de tocaia na internet na madrugada de ontem para hoje até que algum ingresso fosse revendido à Fifa. Conseguimos", comemora Douglas.

Moradores de Santa Maria, cidade a 26 quilômetros do centro de Brasília, Douglas e Ana Flávia pegaram fila para retirar os ingressos. Só conseguiram entrar poucos minutos antes do início da partida. "Ficamos uma hora e vinte minutos esperando, mas não teve confusão", relatam.

 

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Casal retira ingressos a menos de uma hora do início do jogo (Lucas Vidigal/Seleção Universitária)  Foto: Estadão

Quem não teve a mesma sorte foi o empresário Júnior de Castro, de 35 anos. Ele acreditou que conseguiria comprar o ingresso de algum desistente na porta do estádio, o que não ocorreu. "No jogo entre Flamengo e Santos, em maio, consegui assim", lamenta.

De acordo com a Fifa, 3,5 mil ingressos ainda não haviam sido retirados na manhã do sábado. Era possível ver clarões na parte inferior da arquibancada no Mané Garrincha com o jogo em andamento.

Multidão celebra torneio

Torcedores que não puderam ir ao Estádio Nacional Mané Garrincha assistir à partida aproveitaram a festa promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na Esplanada dos Ministérios. Dados preliminares da Polícia Militar do DF indicaram que cerca de 70 mil pessoas assistiram ao jogo pelos nove telões instalados.

A chuva leve pegou de surpresa quem assistia à partida por lá no segundo tempo. Junho é um dos meses da seca no Planalto Central e o índice pluviométrico esperado para o mês, segundo o Instituto Nacional de Metereologia, é de apenas 8,8 milímetros. Mesmo assim, o céu com tonalidades vermelhas chamou a atenção do torcedor.

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Chuva não desanimou torcedores na Esplanada (Lucas Vidigal/Seleção Universitária)  Foto: Estadão

Era possível ver famílias fazendo um piquenique completo. Toalhas e cadeiras dobráveis davam clima de parque à exibição de Brasil x Japão na Esplanada. A família do casal de pedagogos Marcelo Farias e Fabiana Carvalho compareceu em peso à festa. "Veio primo, irmão e cunhado. É um bom programa de fim de semana", comenta Marcelo.

A sujeira no chão era bem visível no local. Algumas pessoas tropeçaram em latas e garrafas espalhadas pelo canteiro central da Esplanada. Faltava lixeira. Torcedores mais educados precisavam recorrer à boa vontade de vendedores de pipoca que disponibilizaram saco para depositar o lixo.

 

Local recebeu ainda shows de Gusttavo Lima e Asa de Águia (Lucas Vidigal/Seleção Universitária)  Foto: Estadão

A Esplanada dos Ministérios também recebeu show de Gusttavo Lima antes da partida. As vendedoras Fernanda Braga e Flávia Batista perderam a apresentação do ídolo, mas se animaram ao ver os gols de Neymar, Paulinho e Jô. "Vamos ficar aqui até o final dos shows. Queremos ver o Asa de Águia, ainda", contam.

A maior reclamação de Fernanda e Flávia era em relação aos banheiros químicos. Além da sujeira, a distância incomodou as duas vendedoras. "São muito longes, é preciso andar muito para chegar até eles e ainda encarar a fila", reclamam.

Dia de trabalho

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Para alguns, o sábado foi de trabalho, mesmo a poucos quilômetros de onde acontecia a partida de futebol mais esperada da cidade. Na feira da Torre de Televisão, a apenas 600 metros do Mané Garrincha, o vendedor de churros e de bebidas Elias Rosa reclamou do movimento. "Achei que fosse estar melhor. No jogo entre Flamengo e Santos, vendi muito mais", comenta.

Os responsáveis pelos pontos de bloqueio no trânsito precisaram recorrer ao rádio para saber dos lances da partida. O agente do Detran-DF Silvain Fonseca e a policial militar Tatiana Sousa tentavam descobrir como andava, mas não podiam tirar o olho da pista. "Nossos parentes que estão em casa nos avisam, também", conta Silvain.

 

Quem trabalhou nos pontos de bloqueio escutava a partida pelo rádio e pelos gritos da torcida (Lucas Vidigal/Seleção Universitária)  Foto: Estadão

Tatiana procurava prestar atenção nos sons do estádio, a um quilômetro do ponto de bloqueio em que atuava, na entrada da W3 Norte. "Dá para ouvir quando é gol e sentir a emoção da arena", diz.

Na rodoviária do Plano Piloto, caixas de som do local transmitiam a narração do jogo em alto volume. Comerciantes mais precavidos que trabalham lá levaram televisores para assistir à partida. "Já que o movimento de clientes está mais baixo, a gente vê o jogo aqui com tranquilidade", conta Orlando Borges, barbeiro, com uma lata de cerveja na mão.

 

Barbeiros aproveitam movimento fraco para ficar de olho na TV (Lucas Vidigal/Seleção Universitária)  Foto: Estadão

Os responsáveis por garantir o transporte público mesmo durante a partida também não pararam. Motoristas de ônibus como Valdeci Antônio seguiram a rotina na rodoviária sem se lembrar que acontecia, a poucos quilômetros dali, a Copa das Confederações. Ele não reclama de deixar o futebol de lado. "Nem rádio eu uso. Prefiro mesmo é trabalhar hoje."

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