Vitor Villar - Seleção Universitária - especial para o Estado
SALVADOR - Um garoto se destacava entre as meninas que berravam histéricas pela atenção do craque Neymar em frente ao treino da seleção brasileira, no estádio de Pituaçu, em Salvador. O estudante Bruno Ferreira, de 15 anos, gritava por um jogador diferente: Lucas, meio-campista do Brasil e do Paris Saint-Germain.
Das cerca de 200 pessoas presentes no treino, ele era o único fã declarado do ex-são-paulino no grupo que compareceu ao treino. Mais que isso: Bruno repete insistentemente que é o "primeiro fã do Lucas no Brasil".
A alcunha, segundo ele, vem do longo tempo de admiração pelo jogador. "Acompanho a carreira dele desde 2009, quando ele disputava o sub-20 pelo Brasil. É o meu ídolo desde então", diz o jovem, que torce pelo Bahia, São Paulo e agora, por conta da ida de Lucas para o futebol francês, pelo Paris Saint-Germain.
Para ele, o meia tem um diferencial que outros jogadores da sua geração, como Neymar, não possuem. "Ele é bem mais humilde, dá para ver que teve boa educação dos pais. Tem também o jeito dele jogar, que é um craque. Na verdade, são muitos os motivos", comenta.
Assim como todas as fãs que gritavam por Neymar em frente ao estádio, Bruno também mostrava com orgulho suas produções em homenagem ao craque. Destaque para uma "carta-metro" que ele escreveu com a ajuda de alguns amigos do bairro da Ribeira, onde mora. "Nem sei quanto metros ela tem, mas deu bastante trabalho. Tudo o que eu queria hoje era que ele recebesse a carta", disse.
Bruno argumenta, com orgulho, que não é um mero desconhecido para Lucas. Segundo ele, o jogador o conhece pessoalmente desde o carnaval de 2012, quando esteve em Salvador para uma ação promocional. Naquela ocasião, o garoto conseguiu tirar uma foto e ganhou uma camisa autografada pelo craque, momento que ele guarda com carinho na memória.
"Eu me esforcei bastante para jogar a camisa que eu estava vestindo no camarote que ele estava. Ele pegou, autografou, e me jogou de volta. Foi um momento muito feliz para mim", lembra o jovem torcedor. Desde então, fã e jogador mantém contato pelo twitter. "Ele sempre troca mensagens com a conta do fã clube que a gente tem. Ele me conhece", repete Bruno.
A expectativa que Lucas recebesse a gigantesca carta, no entanto, acabou frustrada. Assim como os outros jogadores, o meio-campista não pode se encontrar com os torcedores, e saiu de Pituaçu no ônibus da seleção brasileira pelos fundos do estádio. Mas Bruno não perde a esperança. "Quem sabe amanhã, na Arena Fonte Nova?", diz.