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O dia a dia dos alunos do Curso Estado de Jornalismo Esportivo

Fifa proíbe entrada de cartazes na Arena Pernambuco

Justificativa foi evitar mensagens ofensivas durante a partida entre Uruguai e Taiti

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Por Pedro Costa
Atualização:
 Foto: Estadão

Torcedores precisaram jogar no lixo o material para, só assim, serem admitidos no estádio (Pedro Costa/Seleção Universitária)

 

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Felipe Resk e Pedro Costa - Seleção Universitária - especial para o Estado

RECIFE - A preocupação da Fifa em não deixar que a onda de protestos afete a Copa das Confederações ficou evidente para quem esteve neste domingo (23), na Arena Pernambuco. Posicionados na frente dos detectores de metais, funcionários da entidade orientavam os torcedores que chegavam ao estádio a jogar fora qualquer tipo de cartaz, independentemente do seu conteúdo. Para se ter uma ideia, uma mensagem que trazia apenas a inscrição "Taiti" também foi proibida.

O Código de Conduta no Estádio para a Copa das Confederações, da Fifa, veta este tipo de material em dois artigos. No de número 4, que fala sobre "itens proibidos", a linha "i" veta "cartazes ou bandeiras maiores do que 2m x 1m50".

Os menores que esta dimensão, são permitidos, desde que sejam feitos de material considerado pouco inflamável, cumpram as regras e padrões nacionais e não sejam de outra forma proibidos nos termos deste código.

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Já o artigo 5.6 diz que os visitantes do estádio e pessoas credenciadas não deverão, entre outras coisas, "promover mensagens políticas, ideológicas ou causa de caridade". A íntegra do Código pode ser acessado por aqui.

Um gerente de segurança, que não quis se identificar, admitiu que houve uma recomendação da Fifa para que não fosse consentida a entrada de nenhum meio que servisse para a divulgação de mensagens. "Foi uma questão de segurança, para evitar frases ofensivas, que poderiam ser confeccionadas, até mesmo, dentro do estádio", disse o funcionário da Liserve, empresa de serviços contratada pela Fifa.

O estudante Bruno Menezes levou dois cartazes pequenos. Em um deles estava escrito "Não é por R$ 0,20 centavos, é por um gol do..." e no outro "Taiti". Bruno foi abordado por uma voluntária da Fifa, que disse que ele não teria acesso ao estádio com os cartazes. O estudante não gostou da determinação.

"Foi uma besteira. Se fosse algo estabelecido antes do início da Copa das Confederações, tudo bem. Assim que consegui entrar, li os termos de conduta no verso do ingresso e não há nenhuma proibição do tipo". Os bilhetes contêm uma recomendaçõesexplicando que a admissão ao estádio está sujeita aos termos e condições gerais, encontrados no site da Fifa.

Apesar da revista, feita ainda na área externa, o comerciante Marcos Costa conseguiu entrar na Arena com um cartaz, no entanto sua mensagem não pôde ser veiculada. Quando ele foi avistado, a organização do evento pediu para que ele deixasse a cartolina em um local que não pudesse ser lido.

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Marcos considerou o gesto como "antidemocrático". Sua filha, Alyne, carregava uma cartolina, na qual estava escrito "Taiti, aqui sempre serás bem vindo. Quando voltarem encontrarão um Brasil ainda melhor".

 Foto: Estadão

Apesar de ter permanecido com cartaz, Alyne Ferreira não conseguiu passar sua mensagem (Pedro Costa/Seleção Universitária)

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