Renato Machado e Victor Costa - Seleção Universitária - Especial para o Estado
Duas culturas e uma só torcida. Tinha feijoada e tempurá, cachaça e saquê, mulatas e olhos puxados. Foi assim que a colônia japonesa se reuniu em São Paulo para torcer para o Brasil. O evento aconteceu na Liberdade, principal bairro da comunidade nipônica na capital paulista. Antes do jogo, a bateria da escola Águia de Ouro agitava o ambiente, alguns nipo-brasileiros até se arriscaram no samba, mas não mostraram muita desenvoltura.
O organizador do evento, Victor Kobayashi, vestia a camisa da seleção brasileira, deixando claro quem ele queria que ganhasse. Quando foi questionado sobre o resultado respondeu: "Sou brasileiro, então espero que o Brasil ganhe, mas não precisa ser de muito, 2 a 1 ou 3 a 2 está de bom tamanho".
Ele ainda reconheceu o agradecimento dos japoneses aos brasileiros. "O Japão desenvolveu muito o seu futebol graças aos brasileiros. O Zico é um grande ídolo la no Japão", afirmou.
Na hora em que subiu o som para os hinos nacionais, houve quem soubesse cantar os dois. Mas logo no começo, quando Neymar abriu o placar a felicidade foi geral. Os lances de mais perigo do Japão arrancaram um tímido "uuuh", bem ao estilo japonês de torcer.
Nos gols de Paulinho e Jô, a mesma alegria na comemoração. O placar, ainda que elástico, agradou a Kobayashi, " mesmo sendo 3 gols de diferença o jogo foi bom e o Brasil jogou bem."