6 vitórias em 7 etapas. 3 atletas entre os 4 melhores do ranking.
A cada evento, o Brasil domina ainda mais o circuito mundial da WSL.
Depois de 2 títulos de Filipe Toledo, outros 2 de Ítalo Ferreira e um de Willian Cardoso, neste domingo foi a vez de Gabriel Medina levantar o troféu nesta temporada.
Uma vitória de talento, conhecimento do pico e de quem sabe muito bem usar a tática e as manobras certas nos momentos decisivos.
Ao contrário do habitual, as poderosas esquerdas de Teahuppo não apareceram.
Teve tubos, claro, mas também foi preciso abusar das manobras para caçar as melhoras notas.
Ai, todo mundo sabe: é quase impossível bater Medina. Ainda mais em uma onda que ele conhece e sempre se dá muito bem.
Sem se preocupar com a bancada de corais absurdamente rasa, o camisa 10 derrubou os rivais com aéreos e rasgadas, para chegar na decisão pela 4ª vez em 5 anos no Tahiti.
Na final, em condições 'sofríveis' em se tratando de Teahuppo, o brasileiro ficou grande parte da bateria atrás de Owen Wright. E no minuto final, a prioridade de escolha era do adversário. Com a inteligência dos campeões, Medina pressionou e 'obrigou' o australiano remar numa onda pior.
E na segunda da série, fez a nota que precisava para virar o placar.
Com o título, Medina pulou para 2º no ranking e se aproximou do líder Filipe Toledo.
A campanha de Filipinho, aliás, vale um capítulo separado.
Antes do evento, perguntado por mim sobre a razão de nunca ter conseguido um bom resultado no Tahiti, ele cravou: 'Só se ganha experiência treinando naquela onda, então é isso que estou fazendo. Não nasci, não treino lá e nem moro próximo para surfar com frequência'.
Então ele fez o que um candidato ao título mundial tem que fazer.
Abriu mão de mais uma conquista do US Open e viajou antes que todos do tour para melhorar o desempenho nas bombas de Teahuppo. Se jogou e literalmente se arrebentou. A resposta e a recompensa vieram na competição.
As condições durante a etapa ajudaram? Podem ter até contribuído, mas o camisa 77 estaria preparado se o mar estivesse grande.
Filipinho surfou como o mar pediu. Entubou quando era para entubar, manobrou forte de backside quando foi necessário. Levou as baterias com categoria. Sabia que um resultado entre os primeiros era fundamental na corrida pelo caneco no fim do ano.
Só parou na semifinal e vai continuar com a lycra amarela de líder na próxima parada do circuito.
De 6 a 9 de setembro, os duelos acontecem no Surf Ranch, a famosa piscina de Kelly Slater na Califórnia. Depois, só França, Portugal e Havaí.
A vantagem entre Filipe e Gabriel é de pouco mais de 6 mil pontos.
Eliminado nas quartas de final, Ítalo Ferreira segue na 4ª posição na classificação, atrás do australiano Julian Wilson, único não-brasileiro a vencer em 2018.
A reta final vai ser de arrepiar.