A semifinal mal tinha acabado e ele já estava na entrevista oficial: "Adoro competir sobre a pressão".
A pergunta era sobre ele ter a obrigação de carregar o país nas costas.
O que uns chamam de pressão, Filipe Toledo chama de combustível.
Depois de deixar o americano Kolohe Andino a ver navios nas quartas, atropelou o líder do ranking Julian Wilson, como se o adversário da penúltima bateria antes da taça fosse eu.
Contra o australiano, o camisa 77 usou as armas que toda a torcida em Saquarema queria ver: rasgadas, batidas e claro, os aéreos.
Só faltava a decisão. Pela frente, outro australiano. Todos esperavam mais decolagens, só que Filipinho escolheu esmigalhar Wade Carmichael andando por dentro.
Achou todos os tubos na Barrinha.
No melhor deles, só não levou o 10 porque dois dos cinco juízes teimaram que seria possível fazer algo melhor. Não era! E ele colocou 'apenas' 9,93 na conta.
Ninguém queria que o show terminasse. Acho que até o adversário queria aproveitar o line-up vazio para ter o privilégio de aplaudir o show do melhor lugar.
Em 32 anos, foi a décima vitória de um brasileiro em casa.
Só o campeão de 2018 e Adriano de Souza venceram duas vezes.
Gabriel Medina, Yago Dora e Michael Rodrigues chegaram no dia final, mas pararam nas quartas de final.
Com o título, o sexto desde que entrou na divisão de elite, Filipe Toledo pulou do 9º para o 2º lugar na temporada.
No ranking, cada vez mais verde e amarelo, 4 dos 10 primeiros são do nosso time, com Ítalo Ferreira em 3º e Medina em 4º.
Próxima parada: Indonésia. As direitas de Keramas, em Bali, vão receber os melhores do mundo, a partir do próximo dia 27.
Se cuida, Julian Wilson!
Que a lycra amarela fica bem melhor em um corpo brasileiro!