Terminou ontem o campeonato de surfe mais famoso e desejado.
Que neste 2020 todo maluco, completou 50 edições.
O evento que sempre coroou o campeão mundial, desta vez abriu a nova temporada da World Surf League.
A inversão do calendário, foi um dos fatores que fizeram esse 'Pipe Masters' ser o mais esquisito desde que comecei a acompanhar o esporte.
A tradicional tensão pelo título e o estresse pela busca do último resultado para se manter na elite, não estavam presentes.
E a situação complicada da pandemia, combinada com a ausência de público na areia, contribuíram para o clima ficar mais ameno.
É claro que houve disputa... e muita!
Afinal, vencer em Pipeline é uma honraria para poucos.
Mas o reencontro com as baterias, foi muito mais um grito de alívio pelo retorno das competições, do que um afiar de garras nas rivalidades.
Até conversas e comentários sobre o desempenho nas ondas foram vistos no outside.
Mas calma.
Eu gostei do torneio.
E há muito o que falar e comemorar.
As ondas no dia das finais não foram aquelas clássicas, mas estavam boas.
E rolaram duelos marcantes.
Legal demais ver os 4 campeões mundiais que disputam a elite chegar nas semifinais.
A primeira teve Kelly Slater, 11x campeão do tour e maior vencedor da etapa de Oahu, contra o bicampeão John John Florence, local do pico, que até então jamais havia vencido no quintal de casa.
Em seguida, o confronto 100% brasileiro.
Ítalo Ferreira x Gabriel Medina.
Reencontro um ano após a final épica, valendo o título mundial de 2019.
Mesmo depois de bater a cabeça e sentir uma lesão nas costas durante as quartas diante do francês Jeremy Flores, Ítalo foi para a água.
Um guerreiro... como sempre.
Mas Medina deu o troco e avançou para a decisão.
Final que virou um capítulo a parte do campeonato.
John John x Medina.
Bicampeões mundiais frente a frente.
5ª final do brasileiro em Pipeline nos últimos 7 anos.
A 3ª da carreira do havaiano.
Aqui, vale o registro.
Como chegou no domingo já classificado para as quartas de final, o havaiano entrou no mar uma vez menos que o brasileiro.
E nas duas atuações que fez antes do confronto decisivo, sobrou e deu show.
Contra o italiano Leonardo Fioravanti, somou 17,67.
Na sequencia, aumentou o placar diante de Kelly Slater: 18,16.
Em todas as outras baterias do dia, ninguém chegou sequer aos 14 pontos.
Por isso, entrou como favorito.
Mas aí, a história foi um pouquinho diferente.
Medina pegou as primeiras ondas, saiu na frente e segurou a vantagem quase todo o tempo.
John John foi paciente.
Esperou até os minutos finais e alcançou a virada.
Placar final apertado: 11,77 x 11,10.
E enfim... o 'golden boy' do Havaí venceu o 'Pipe Masters'.
Agora, é o 7º atleta que faz parte da atual elite, com título em Pipeline.
Ao lado do americano Kelly Slater, dos brasileiros Adriano de Souza, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira, do francês Jeremy Flores, do taitiano Michel Bourez e do australiano Julian Wilson.
Largou na frente no ranking.
E como sempre, é o cara que pode atrapalhar a vida dos brasileiros no World Tour.
Para os brasileiros, foi um bom começo de circuito.
Vice para Gabriel, 3º lugar para Ítalo.
Além deles: Miguel Pupo, Jadson André, Peterson Crisanto e Caio Ibelli foram eliminados nas oitavas e largaram com o 9º lugar.
Filipe Toledo, Yago Dora e Deivid Silva pararam no round 3, ficando com a 17ª posição,
Adriano de Souza e Alex Ribeiro caíram na repescagem, com a 33ª colocação.
A próxima parada do mundial é ali pertinho.
Em Sunset Beach, que continua no calendário da WSL, mas agora novamente com status na elite.
Uma onda completamente diferente.
Daqui a um mês, nos dias 19 a 28/1.
Valeu a espera!
It's ON!!!!!!!!
por @thiago_blum