Thiago Blum
30 de dezembro de 2020 | 22h33
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Era uma eleição polêmica.
E muito esperada.
Atletas, ex-atletas e pessoas ligadas ao surfe brasileiro se manifestaram.
A imensa maioria – pra não dizer a totalidade – que abriu ideias nas redes sociais, se colocou contrária à gestão de Adalvo Argolo.
E duas chapas de oposição foram formadas.
Originalmente marcada para o dia 18/12, a eleição foi suspensa pelo Tribunal de Justiça ba Bahia, após 6 federações estaduais (SE, PB, ES, PE, AL e CE) indicarem possíveis irregularidades no processo.
Uma das questões era o tema sobre as federações aptas a votar. De acordo com o edital da entidade, apenas AL, CE, BA, MA, PA, PB, RJ e SC poderiam participar, já que outras tinham pendências com a Confederação.
De acordo com a CBSurf, as solicitações judiciais foram atendidas, e depois de adiamentos, a assembleia foi marcada para esta quarta-feira (30).
A ‘Nação Surfe Brasil’, formada pela dupla Ricardo Bocão/Paulo Moura, já havia anunciado em nota que não participaria do pleito, além de tentar anular a votação na justiça.
Então, apenas a ‘Projeto Surfa Brasil’, com Jojó de Olivença/Brigitte Mayer participou como oposição.
Com 13 votantes (somando federações – BA, MA, PA, RJ e SC e 8 representantes dos atletas), Adalvo foi reeleito por 8×5.
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A vitória do atual presidente, e sua permanência nos próximos 4 anos, rendeu comentários dos atletas.
Poucos deram as caras.
Um deles, o campeão mundial Ítalo Ferreira, que segue no Havaí.
“Passaram muito tempo falando da má administração, do continuísmo, da necessidade de renovação e reciclagem. Hoje tiveram a chance de mudar e nada!˜, desabafou o potiguar.
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Filipe Toledo, que já havia se colocado contrário à reeleição, também não se calou.
“Infelizmente, por isso que nosso esporte não vai pra frente no Brasil. Por pessoas como essa que está na presidência, a gente… deixa a desejar. O surfe nas categorias de base se acabando, o feminino cada vez pior e os campeonatos profissionais no Brasil, também indo pro saco. É bem triste estar acompanhando isso, no momento que a gente queria uma mudança, uma renovação, algo que poderia trazer um benefício maior para o esporte. E a gente deixou acontecer isso de novo, tá lá quem a gente menos queria para a presidência. Ele voltou e vai continuar fazendo nada”.
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O catarinense Willian Cardoso também demonstrou sua indignação.
“Essa é a maior vergonha do nosso esporte. E ainda ser aceita por atletas”.
Em um vídeo, Panda disse “a gente fez um grupo com mais de 70 atletas do masculino, votando nas outras duas chapas, do Jojó e do Bocão. E os nossos representantes, por tudo que indica, Bruno Galini e Wiggolly Dantas acabaram votando no Adalvo, porque os números não estão batendo”.
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Yago Dora, Jesse Mendes, Matheus Navarro, Thiago Camarão, Rafael Teixeira e Silvana Lima aumentaram o coro.
Até o fechamento desta matéria, nenhum atleta havia postado ou gravado mensagem a favor da chapa da situação. Ou algum apoio público ao presidente Adalvo Argolo.
Veremos o que vem por aí.
Sigo de olho!
por @thiago_blum
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