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Manobras nas ondas do planeta

Seleção brasileira

Conheça o timaço de surfistas do Brasil para a temporada 2018

Por Thiago Blum
Atualização:

Thomas Hermes: 3º lugar na estreia do WCT Foto: Estadão

Não dava para estrear essa coluna de outra maneira. Afinal, o ano é de Copa. E enquanto Neymar se recupera da fratura no pé - já de olho no hexa na Rússia - o amigo dele deu a largada em busca do bi. E Gabriel Medina está muito bem acompanhado. Pela primeira vez na história, o Brasil é o país com o maior número de atletas na elite do circuito mundial de surfe: 11 - um time completo entre os 34 melhores do mundo.

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Com a camisa 10 - a do craque... a do parça - Medina não brilhou na etapa de abertura do ano, realizada na Austrália, onde os locais começam a pegar onda com a idade que nossas crianças ganham a primeira bola. A atuação discreta da maior estrela nas direitas de Snapper Rocks, foi a deixa para o ataque dos estreantes. Jovens e veteranos que passaram a saborear a dor e a delícia de fazer parte do seleto grupo da World Surf League.

Yago Dora e Jessé Mendes perceberam rápido que para se dar bem, não basta talento. Michael Rodrigues e Thomas Hermes provaram que idade e nome contam pouco na hora das baterias.

Adriano de Souza e Ítalo Ferreira estão com o mesmo power das temporadas passadas. E Felipe Toledo mostrou que tem arsenal de sobra para buscar o título. Foi só a primeira de 11 etapas. O mundial segue na Austrália. A próxima parada é a partir do dia 28, em Bell's Beach, bem ao sul da ilha.

De 1 a 11, as atuações da Seleção Brasileira no Quiksilver Pro:

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Ian Gouveia: não repetiu a performance do fim de 2017 e foi eliminado no round 2 por Adriano de Souza.

Caio Ibelli: outro eliminado em um confronto 100% brasileiro na repescagem. Muito menos fluido do que o normal, perdeu para Willian Cardoso.

Yago Dora: não encaixou as manobras progressivas, sua marca registrada. Parou no americano Conner Coffin ainda na segunda fase.

Jesse Mendes: a derrota mais dolorida dos que terminaram a etapa sem passar nenhuma bateria. Estava na frente, tinha a prioridade, mas vacilou e deixou Wade Carmichael virar nos últimos segundos.

Willian Cardoso: valeu a pena esperar tanto tempo para vê-lo no WCT. Raça e manobras fortes de sobra levaram o Panda para o round 3, quando parou em Owen Wright.

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Ítalo Ferreira: Explosivo, não economizou em nenhuma manobra. Tem tudo para ser top 5 do mundo. Fez duelo onda a onda, mas acabou caindo diante de Filipe Toledo.

Gabriel Medina: continua com a síndrome de ser quase imbatível diante dos melhores do ranking, e surpreendido por convidados dos eventos. Caiu para o local Mikey Wright, que também já havia despachado o bicampeão mundial John John Florence.

Adriano de Souza: como sempre, foi um dos mais técnicos em Snapper. Terminou na nona colocação, em uma das baterias mais equilibradas de todo o evento.

Filipe Toledo: mais uma vez entregou o que esperavam dele, ou mais. A performance no round 4 foi um show solo. Parou nas quartas de final, quando o campeonato passou para Kirra.

Michael Rodrigues: estreante com desempenho de veterano, o cearense não se importou com os adversários. Eliminou o sul-africano Jordy Smith como se estivesse brincando no quintal de casa e só foi barrado por Julian Wilson nas quartas de final.

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Thomas Hermes: provavelmente o cara em que menos se apostava antes da etapa começar. Estreante, entendeu rápido o critério de julgamento e foi ganhando confiança durante as baterias. Derrotou Kolohe Andino e Filipe Toledo, além de abreviar a despedida do tricampeão mundial Mick Fanning de seu evento preferido. Só não chegou na decisão porque os juízes acharam que sua última onda da semifinal valeu 0,84 menos do ele precisava. Um terceiro lugar para dar gás para o resto do ano.

Julian Wilson foi o campeão na Gold Coast, e Adrian Buchan, o vice. Os australianos largaram na frente, mas todo mundo sabe: ninguém se sente melhor com a camisa amarela - cor da lycra que o líder do ranking veste na competição - do que os brasileiros. Afinal, 2018 é ano de Copa.

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