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Manobras nas ondas do planeta

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WSL muda formato para definir campeão mundial

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Por Thiago Blum
Atualização:

Ítalo Ferreira, atual campeão mundial - foto: WSL / reprodução  

Mudanças sempre são questionadas.

Afinal, sair da zona de conforto gera novas atitudes e desafios.

Alteração nas regras do esporte às vezes não são bem recebidas por uns e comemorada por outros.

Vai acontecer com o surfe em 2021.

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A WSL informou que o campeão mundial não deverá mais sair pelo método tradicional, através da pontuação direta alcançada no ranking durante toda a temporada.

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No comunicado oficial da World Surf League, as palavras foram as seguintes:

"A partir de 2021, os campeões mundiais passarão a ser decididos em um confronto direto entre os melhores surfistas do ano, no último dia da temporada do Championship Tour. Como foi no ano passado, quando Ítalo Ferreira conquistou o título decidido na final com Gabriel Medina nos tubos de Pipeline, no Havaí. A batalha final será travada no sistema 'surf-off'. Essa evolução faz parte de uma discussão de vários anos e o formato final recebeu colaboração de surfistas e patrocinadores, juntamente com os dirigentes".

Gabriel Medina - foto: WSL  

A questão é de como será esse formato?

Decisão em UMA bateria?

Um duelo decisivo com VÁRIAS DISPUTAS em um mesmo dia?

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Justo ou não?

Como disse, novidades sempre geram múltiplas opiniões.

Na minha, os surfistas - diretamente afetados - devem ser ouvidos.

Adriano de Souza, campeão em 2015, aprovou.

"Adorei essa mudança, toda a mudança é sempre benvinda. Esse formato que temos hoje é o mesmo desde 91. Teve um corte ali, de 44 atletas para 36, mas continuou como mesmo formato. Uma mudança que vai trazer muito benefício ao surfe. Será um evento próximo a um 'Super Bowl', uma 'Champions League'. Uma bateria que define o campeão mundial, uma grande final... em um determinado mar, fazendo com que as pessoas parem pra ver aquele momento. Acho muito bacana e estou de acordo".

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foto: WSL / reprodução  

De volta à elite em 2020, Miguel Pupo ainda espera mais detalhes.

A WSL anunciou que deve divulgar as principais ideias em 1º de junho.

"Não está nada decidido, imagino que seja mais que uma bateria. E o número 1 do ranking deve ter uma vantagem, mas o real formato não foi definido. Mas faz sentido né, ter o título decidido na água faz o mundo inteiro querer assistir e isso é legal. Mas tem muita coisa pra ser discutida".

Outra mudança importante para 2021 diz respeito ao calendário, que será redefinido para criar temporadas distintas entre o CT e o 'Challenger Series' durante o ano.

Segundo a nota divulgada pela WSL, a atualização vai fornecer uma vitrine destacada para os surfistas, permitindo para aqueles que não se requalificam através do CT tenham a oportunidade de conseguir isso nas etapas 'Primes' na mesma temporada, sem ter que esperar por um ano inteiro para voltar à elite dos melhores do mundo.

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Alex Ribeiro é outro que retorna à divisão principal, e inicialmente gostou da nova proposta.

"Seria legal, vai diminuir o tempo das viagens. achei bacana, porque o atleta não tem que ficar o ano inteiro no 'Qualifying Series' e esperar o ano acabar  e começar tudo de novo com várias etapas".

Outra ideia da direção é fazer que os eventos regionais do WQS sejam mais valorizados, incentivando os surfistas a competirem mais perto de casa, sem precisar se desgastar financeiramente na busca pela classificação para o 'Challenger Series'.

Miguel Pupo, campeão do QS 10 mil da Espanha em 2019 - foto: WSL / reprodução  

Uma coisa é certa.

O surfe - como todos os esportes hoje em dia - virou também um grande negócio $$$$$.

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E o bolso fala alto!

Audiência via internet e em redes sociais, cada vez pesam mais.

A 'decisão' entre Ítalo Ferreira e Gabriel Medina na última bateria do ano - uma 'coincidência' rara numa corrida anual - fez a cabeça da direção da World Surf League.

Resta esperar para ver se essa mudança será positiva.

Confesso que... em um primeiro momento, acho - no mínimo estranho - o campeão sair em uma 'batalha' à parte.

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E se o líder do ranking chegar ao fim da temporada disparado na frente?

Vários campeões já foram coroados na penúltima etapa, antes do circuito chegar ao Havaí.

O cara rala em 10 etapas... "ganha" o título cheio de méritos... e "perde" o caneco?

Hummm... sei não!

Mas é aquele negócio né... se os competidores aprovarem, não vale chorar depois!

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Vamos ver o que os 'donos' da liga vão trazer.

E que o campeão mais uma vez seja brasileiro.

por @thiago_blum

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