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Conversa de pista

Opinião|Carlos Alberto Reutemann - 12/4/1942 - 7/7/2021

O argentino Carlos Reutemann, vice-campeão mundial de F-1 em 1981, faleceu hoje, vítima de complicações decorrentes de câncer no fígado.

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Atualização:

O argentino Carlos Alberto Reutemann, vice-campeão mundial de F-1 em 1981, faleceu hoje em Santa Fé, sua cidade natal, vítima de complicações decorrentes de câncer no fígado. El Lole, como ele era tratado por seus fãs e admiradores, foi governador da província de Santa Fé por dois mandatos e desde 2003 era senador. Piloto constante e rápido, Reutemann defendeu as equipes Brabham, Ferrari, Lotus e Williams, onde, ao final da temporada de 1982 encerrou uma carreira iniciada no GP da Argentina de 1972 e que registra 6 pole positions, 12 vitórias e quatro voltas mais rápidas, uma delas no GP do Brasil de 1978. Nessa prova ele mostrou-se imbatível e registrou a primeira vitória da Michelin na categoria e venceu com 47"13 de vantagem sobre Emerson Fittipaldi, que pilotou o Copersucar Fittipaldi F5-A.

Reutemann foi um personagem marcante da F-1: alto, com jeito de galã, ele se consagrou com um piloto que raramente abandonava provas ou se envolvia em acidentes. Também ficou conhecido pelo jeito introvertido que em algumas ocasiões o relegava à condição de segundo piloto, caso típico das três temporadas que defendeu a Williams, onde as atenções de Frank Williams e Patrick Head eram direcionadas a Alan Jones. Nos seus momentos mais descontraídos era uma pessoa agradável e com propósitos elogiáveis. Convidado a pilotar um Ferrari quando o GP da Argentina voltou a ser disputado, em 1995, doou seu cachê para um hospital de Santa Fé. Ironia das ironias é um fato ligado a um dos seus primeiros patrocinadores na F-1, a CAP, uma cooperativa de produtores de carne bovina. Em um encontro com ele e meus colegas da Telefe, emissora de TV argentina onde fui comentarista por várias temporadas, ele confessou que quando foi morar na Inglaterra deixou de comer carne "porque custava muito caro e não me fazia falta".

Opinião por Wagner Gonzalez
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