Bicampeão olímpico (2000 e 2004), bicampeão mundial (2001 e 2005) e sete vezes o melhor peso galo de Cuba (2000 a 2006), Rigondeaux desertou da equipe cubana nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Acabou preso pela polícia carioca e deportado para Cuba. Apesar do líder Fidel Castro negar qualquer punição a Rigondeaux, o fato é que o pugilista nunca mais pôde lutar em seu país. Com graves problemas financeiros, casado e pai de uma criança de sete anos, Rigondeaux voltou a fugir em fevereiro, depois de dizer para a mulher que iria visitar a mãe. Nunca mais retornou e uma semana depois apareceu em Berlim, na Alemanha.
Rigondeaux assinou contrato com a Arena Box-Promotion, famosa empresa alemã, que já seduzira outros grandes boxeadores cubanos como Odlanier Solis, Yuriorkis Gamboa e Yan Barthelemy, que deixaram a delegação cubana durante uma excursão à Venezuela em 2006. Outro que também está com os cartolas alemães é Erislandy Lara, que fugiu com Rigondeaux durante o Pan do Rio.
Todos eles estão com suas carreiras bem programadas e possuem grandes chances de conquistar um título mundial em breve.
Rigondeaux, de 28 anos, sabe que terá de acelerar seu projeto. Se conseguir repetir o que fez como amador, o cubano não vai demorar para acumular cinturões. Foram 475 vitórias e apenas 12 derrotas em mais de 15 anos. Segundo seus empresários, Rigondeaux deve fazer uma luta a cada 20 dias. Na programação prévia, um combate pelo cinturão pode ocorrer dentro de 18 meses, caso nenhuma derrota adie os sonhos do pugilista.
A debandada cubana nos últimos anos causou sérios problemas no desempenho do país nos Jogos Olímpicos de Pequim, no ano passado. Nenhuma medalha de ouro foi conquistada. Apenas quatro de prata e quatro de bronze. O que fez a Ilha ficar apenas na 28ª lugar no quadro de medalhas.