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Basquete: Casa Branca joga por paixão

Com orçamento modesto - apenas R$ 25 mil por mês - o time do Interior consegue ficar nos postos intermediários do Nacional, contra rivais bem mais ricos e favoritos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Só mesmo a paixão pelo esporte pode explicar como uma equipe de ?moleques? com um orçamento modesto, de apenas R$ 25 mil por mês, vem conseguindo manter-se nos postos intermediários do Campeonato Nacional, contra rivais bem mais ricos e favoritos. É o basquete de Casa Branca que até patrocínio conseguiu na base da paixão. O time foi salvo pelo ?baixinho?, de um metro e meio, Paulo Roberto Tavares da Silva, proprietário da Leitor, empresa de recortes. Casabranquense de nascimento, decidiu apoiar o amigo-técnico Marco Antônio Aga na manutenção do esporte na cidade de 26 mil habitantes, que tem no basquete sua principal paixão. Hoje, depois de viajar 230 quilômetros, os jogadores de Casa Branca fizeram uma parada em São Paulo, a caminho de Santos, onde jogarão à noite. Pararam na Leitor, em Perdizes, para o café da tarde - com muita fruta e suco. Ao mesmo tempo em que recebem um cardápio adequado visitam o patrocinador, que tem um envolvimento grande com o time. Paulo Roberto comenta que também jogou basquete, até os 14 anos, esporte que abandonou, por causa da estatura. "É um time modesto, montado dentro da realidade da cidade, mas que paga salários em dia", observou. Aga explica que a Paixão impulsiona tudo - do time principal à manutenção do projeto da Associação Casabranquense de Cultura Physica do Esporte (ACCPE), que tem 800 crianças em 13 escolinhas. Té, que é vereador e jogador, de 33 anos, afirma que "as escolinhas são a parte mais importante" em uma cidade em que todos jogam basquete, desde sempre. Observou que a seleção brasileira que ganhou a medalha de bronze nos Jogos de Londres, em 1948, já tinha um casabranquense, Alberto Marson. O ala Murilo, de 21 anos, que nasceu e aprendeu a jogar em Casa Branca, teve de jogar no Pinheiros, no Corinthians e em Ribeirão Preto, antes de voltar à sua cidade, em 1997, quando foi criado o time que ascendeu à divisão principal em 1999. "O que faz eu me apaixonar cada vez mais por Casa Branca é a vontade que as pessoas têm que o basquete de lá não acabe", afirma Murilo. O time, que foi 3.º no Paulista, teve sua continuidade ameaçada, depois da saída do patrocinador AGF, no fim do ano. Depois de confirmar o apoio da Leitor ? que era em um valor menor, mas anônimo até então ? , o time foi montado no dia 10 de janeiro, começou a treinar no dia 18 e a jogar no dia 28, na segunda temporada no Nacional. Até mesmo a atuação surpreendente da equipe, com média de idade de 23 anos, o técnico Aga justifica pela paixão de jovens atletas pelo basquete, como o armador Fúlvio, de 19 anos (de Limeira), e o pivô Adriano, de 18 anos (do Rio). No Casa Branca eles têm espaço para mostrar talento, o que é fundamental para quem pretende construir uma carreira no esporte. ?Acredito muito em jogadores que têm uma ?missão?, como os que querem se firmar no basquete brasileiro.? Na opinião de Aga, Fúlvio e Adriano estão entre os melhores na idade deles e não têm, ?como não chegar, no futuro, à seleção brasileira.?

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