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Basquete corre dos testes de doping

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Por Agencia Estado
Atualização:

O basquete não tem programa de controle do doping. É a avaliação que se pode fazer após o vexame da final, com cinco jogadores contra seis, entre Franca e Assis, do basquete dos Jogos Abertos do Interior disputados em Botucatu (Assis ficou com o título). Alegou-se que os demais atletas ? quatro de cada equipe ? estavam tomando medicamentos para lesões que poderiam dar positivo. Assim, oito jogadores foram tirados de quadra (a súmula chegou a ser rasgada) depois que os técnicos souberam do antidoping. Foi um alerta, disse o professor Alexandre Pagnani, coordenador do controle antidoping nos Jogos ? contratado pela Associação Brasileira de Combate ao Doping ?, integrante da Comissão Nacional Antidoping do Ministério do Esporte. ?Foi um vexame. Prova que a Confederação Brasileira de Basquete não tem programa de prevenção de doping. Não havia o que fazer, sob o aspecto jurídico, a não ser retirar esses jogadores dos Jogos.? A ESPN Brasil mostrou, no sábado, a saída de Vanderlei, Rogério, Ricardo e Fransérgio do time de Franca, que ficou com cinco atletas, sem reservas, e de Clebão, Gastão, Marcão, Alê, do time de Assis. Rogério disse que estava tomando um anti-inflamatório que poderia ser acusado no antidoping. Os técnicos Chuí, por Franca, e Marcos Aga, por Assis, disseram não saber do exame, muito embora tenha sido comunicado pela Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer do Estado às prefeituras. Com apenas 11 controles antidoping ? no atletismo, boxe, natação, futebol, basquete, vôlei e judô ? gerou-se uma polêmica. Ao incluir os exames nos Jogos Abertos do Interior, a intenção do secretário estadual Lars Grael foi ?educativa? e não ?punitiva?. ?Mas a Secretaria poderá criar um mecanismo que determine, por exemplo, a perda de pontos e medalhas, no caso de resultado positivo?, explicou Pagnani. No caso de qualquer controle positivo, o caso seria então encaminhado à Confederação do esporte do atleta envolvido. Outra polêmica com antidoping envolveu a nadadora Monique Ferreira, que se recusou a usar o kit de exames modelo CBF ? que é nacional (e segundo Pagnani foi adotado por ter menor custo). ?Ela tinha orientação da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) de só usar o kit da Behring ? o internacional. Mas o material foi providenciado e ela fez o exame?, explicou Pagnani, dizendo que respeita essa orientação. Alguns atletas desconfiam de que o kit nacional usado pela CBF não seja inviolável. Confederação não tem controle nenhum - Nem Confederação Brasileira nem Federação Paulista fazem testes antidoping em seus campeonatos ? como se propõe a fazer a Nossa Liga de Basquete (independente da CBB), com prevê o artigo 15 de seu regulamento, já em seu Brasileiro que começa no dia 25. César Oliveira, médico da CBB que acompanha as Seleções, confirmou que os Campeonatos Nacionais não têm controle antidoping (o custo de cada teste é em torno de R$ 500). E admitiu que o caso dos Jogos Abertos mostra que os clubes não estão preparados para os exames fora de competição, como permite o regulamento internacional do esporte. Pegos de surpresa, tiveram de tirar jogadores de quadra. O médico, que integra o Comitê Médico da Federação Internacional de Basquete, a Fiba, desde 2002, disse que trabalha com as Seleções para esclarecer os jogadores sobre doping.

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