Branca: chegou a vez de ensinar

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Por Agencia Estado
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Ex-armadora da Seleção Brasileira, a veterana Branca está sentindo o "friozinho na barriga" de qualquer novata. Aos 39 anos, 23 dedicados ao basquete, ela se prepara para estrear como técnica de uma equipe da primeira divisão, a Unimep, de Piracicaba. Será no Campeonato Paulista, que começa no próximo dia 19 ou 20. A primeira chance de Branca integrar uma comissão técnica foi em 2003, a convite de Antônio Carlos Vendramini, técnico de Ourinhos. Há um ano, ela assumiu o time de Piracicaba, que foi vice na segunda divisão e ganhou vaga para disputar a divisão especial. "Sinto-me orgulhosa de treinar um time que me projetou no cenário nacional. A Unimep, que já teve muita tradição na modalidade, estava desativada há oito anos. Essa equipe a gente formou com uma peneira", conta a ex-jogadora. Branca afirma que o nervosismo da estréia terá de ser superado com a mesma determinação dos tempos de atleta. "Claro que dá frio na barriga, mas sempre tive de superar várias dificuldades. Por ser a irmã da Paula, tinha de provar o tempo todo meu valor. Já passei por essa estrada como jogadora, sei que tem buracos e espinhos pelos quais vou ter de passar. Mas a gente amadurece com o tempo. Projetei sempre minha carreira para ser técnica. Quando era atleta eu não dormia à tarde. Enquanto minha companheira de quarto dormia, eu fazia anotações dos treinos. Acho que chegou minha vez." Ameaçada de não participar da competição, a Unimep convenceu empresários a investirem no time. "Esse momento de espera foi angustiante. Entendo que foi respeitado algo histórico", disse Branca. Segundo ela, no ano passado as duas maiores equipes do Brasil, Ourinhos e Americana, investiam R$ 60 mil por mês. "Aqui, a gente tenta, no máximo, gastar R$ 28 mil." As dificuldades estão sendo dribladas com o conhecimento de quem já foi atleta, além de companheirismo. "Minha assistente técnica também foi jogadora e o preparador físico é bastante jovem. Quero alto astral no time. Sei que vou errar como técnica estreante, mas tenho consciência de como agir. A minha geração foi cobaia de vários técnicos, de vários tipos de treinamentos que causaram frustrações e até lesões em atletas. Uma coisa que sei é que sou muito companheira, sei o que elas estão vivendo na quadra. Agora, temos um caminho a trilhar. A melhor referência técnica é uma divisão especial."

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