Apesar da empolgação nos treinamentos com a dedicação dos jogadores da seleção masculina de basquete, o técnico Aluísio Ferreira, o Lula, tem uma preocupação. Mas o problema é do próprio basquete brasileiro: faltam pivôs na posição 5. Ou seja, os pivôs fortes, altos e que jogam de costas para a cesta adversária. "É uma carência do Brasil nessa posição", constata Lula. Na seleção, por exemplo, perdeu três jogadores dessa posição por contusões em poucos dias: Luís Fernando (Minas/Universo), Estevam (Unit/Uberlândia) e Lucas Tischer (COC/Ribeirão). Solução? Adaptar, improvisando um da posição 4, mais aberto, ou jogar com três alas. "É a realidade que nós temos, mas a própria Argentina também não tem pivô na posição 5, tendo que deslocar o Oberto para a função", comentou Lula. Na seleção brasileira, o treinador deverá usar Nenê Hilário (Denver Nuggets) na posição 5, mas só no Pré-Olímpico, no final de agosto. Até lá, outro que deverá ser improvisado na função é Anderson Varejão (Barcelona), que deverá chegar até o final da semana em Uberlândia, onde ocorrem os treinos. Por enquanto, Lula só tem quatro pivôs para treinar - Tiagão, Murilo, André Bambu e Tiago Splitter - e praticamente não tem como substituí-los. A única forma de variação é usar os times com três alas, explorando Guilherme ou Renato nesses espaços deixados. "Mas isso é para situações especiais de jogos", diz Lula, lembrando que não dá para usar o esquema desde o início de uma partida. Apesar desse problema, Lula está gostando da versatilidade do grupo, que está se adaptando ao esquema adotado por ele, com uma defesa que incomode o adversário na quadra toda. Isso poderá ser importante, por exemplo, contra os argentinos. "A Argentina gasta bastante tempo no jogo organizado e, se conseguirmos quebrar isso, poderemos levar vantagem."