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Clubes rebeldes paulistas anunciam torneio paralelo

Oito equipes do Estado debandam do Nacional organizado pela Confederação Brasileira de Basquete

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Por Heleni Felippe e Amanda Romanelli
Atualização:

O descontentamento dos clubes paulistas de basquete já provocou a ausência de oito equipes do Estado no Campeonato Nacional, organizado pela Confederação Brasileira. O segundo passo será dado nesta semana. Os ‘rebeldes’ Araraquara, Assis, Franca, Limeira, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Paulistano e Pinheiros, que formaram a Associação de Clubes do Basquete Brasileiro (ACBB), anunciarão a Supercopa de Basquete do Brasil, a partir de 29 de fevereiro.   Depois do mal sucedido projeto da Nossa Liga, o torneio da ACBB é mais uma tentativa de tomada de rédeas dos clubes, que querem controlar questões vitais à sobrevivência financeira, como negociação de patrocínios e cotas de TV. "Antes do Nacional, tentamos fazer uma parceria com a CBB. Queríamos que os clubes fossem gestores e a CBB cuidasse de questões burocráticas, como registros, tabelas, árbitros", explica Cássio Roque, presidente da ACBB e do Limeira. "Mas a Confederação não se dispôs a negociar." A CBB disse à Agência Estado não ter sido procurada pelos clubes.   Roque afirma que, apesar da organização do campeonato independente, a intenção não é de ruptura, como propôs a NLB - o time de Limeira, até mesmo, foi campeão do único brasileiro masculino feito pela liga. "Os ideais e a motivação são os mesmos, mas não queremos disputa política, e sim parceria com a CBB." À época da criação da NLB, o então presidente Oscar Schmidt entrou em rota de colisão com Gerasime Grego Bozikis, presidente da CBB.   A Supercopa vai durar quatro meses. Terá apenas oito times de São Paulo - a idéia é que, em 2009, tenha 14 ou 16 participantes, também de outros Estados. Serão 28 rodadas, em turno e returno, com séries melhor-de-cinco a partir da semifinal. Campeão e vice enfrentam, ainda, os campeões argentino e uruguaio, num quadrangular.   Federação compra briga   O apoio logístico será da Federação Paulista, que até empresta uma sala para o funcionamento da ACBB. O presidente da FPB, Toni Chakmati, acredita que a Supercopa pode mudar o basquete. E destoa do discurso conciliatório da associação. "Será que a CBB terá coragem de continuar ignorando os clubes de São Paulo, impedindo equipes tradicionais como Franca, que tem 50 anos, de participar de campeonatos?", questiona. "Será que nosso amigo Grego vai ter moral para tanto?"   O dirigente afirma que a ACBB é um embrião de uma liga que a CBB terá de aceitar, ainda que o basquete faça um movimento político para tirar Grego do comando. "Em 2009, ele vai estar fora da CBB. Eu prometo!"

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