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Companheiro de Splitter acredita em sucesso da seleção no Mundial

Danny Green, campeão com o San Antonio Spurs, fala como é para um norte-americano jogar na equipe mais internacional da NBA

Por Renan Fernandes de Souza
Atualização:

O ala norte-americano Danny Green acredita em um bom desempenho da seleção brasileira no Mundial que será jogado na Espanha entre 30 de agosto e 14 de setembro. Em visita ao Brasil para promover a terceira edição do NBA 3X, o companheiro de Tiago Splitter no San Antonio Spurs revelou que partiu dele o desejo de conhecer o País.

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A franquia sediada no Texas venceu seu quinto título nesta temporada ao derrotar o badaladíssimo Miami Heat nas finais da NBA por 4 a 1. O resultado foi uma revanche depois de uma derrota dramática em sete jogos na temporada 2012/2013. A conquista fez Green igualar lendas como James Worthy e Michael Jordan como únicos atletas da Universidade da Carolina do Norte a ganhar a NCAA (Liga Universitária) e a NBA. Outro recorde pessoal do jogador selecionado pelo Cleveland Cavaliers, time de Varejão, em 2009, é o de bolas de três pontos em finais, 25 ao todo.

Considerado o time mais internacional na NBA, por contar com nove estrangeiros, os Spurs tiveram a melhor campanha da última temporada regular com 62 vitórias em 82 jogos sem priorizar estatísticas pessoais, algo comum no basquete praticado fora dos Estados Unidos. Essa experiência internacional é uma das chaves do sucesso, aponta o nascido em Nova York: 'Eles trocam mais passes, abrem mais o jogo. Além disso, a gente aprende mais sobre outras culturas. Hoje em dia eu falo outras línguas que eu não conhecia na juventude'

Confira o bate-papo exclusivo do Estado com Danny Green

Como está sendo este primeiro contato com o Brasil?

Danny Green - Estou feliz de estar aqui, as pessoas são legais, as crianças também são muito fãs de basquete e todos costumam fazer bastante barulho nos ginásios e isso é muito bom para nós.

Gosta de futebol? Assistiu à Copa do Mundo? 

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Eu não assisti muitas coisas da Copa do Mundo, acompanhei mais os jogos dos Estados Unidos. Eu gostava de futebol quando eu era criança e joguei um pouco na minha juventude. Eu costumo assistir e jogar um pouco de futebol quando estou de férias.

Foi você que pediu para representar os Spurs no Brasil?

Claro, Tiago me disse coisas muito boas sobre o país que me convenceram a vir para ao Brasil.

Como você acha que será o desempenho da seleção brasileira no Mundial da Espanha?

Eu penso que eles tem muito potencial, tenho um contato mais direto com Tiago e com Andy (Varejão) e vejo o Brasil como um grande time que pode ir bem no Mundial.

Como é para um norte-americano jogar em uma franquia com tantos estrangeiros?

É muito bom jogar com jogadores estrangeiros, pois o jogo deles é diferente do nosso nos Estados Unidos. Eles trocam mais passes, abrem mais o jogo. Além disso, a gente aprende mais sobre outras culturas. Hoje em dia eu falo outras línguas que eu não conhecia na juventude.

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Como foi sua experiência na Europa durante o lockout? Pelo seu contato com vários estrangeiros do Spurs foi mais fácil se adaptar?

Com certeza. A minha experiência fora dos EUA me fez me desenvolver mais e me preparar de um jeito diferente para a volta à NBA.

Como é para um norte-americano conviver com tantos estrangeiros?

Eu tenho uma relação igual com todos os meus companheiros, mas o Tiago definitivamente e um dos meus favoritos. Tony Parker também é uma pessoa fantástica de conviver. Eu sou muito próximo de todos eles, pois tem diferentes personalidades. É difícil escolher apenas um. É muito bom conviver com todos eles.

Você temia perder espaço nesta temporada com a chegada do italiano Marco Belinelli?

Na verdade não. Na última temporada nós tínhamos também quatro armadores e perdemos Stephen Jackson, mas todos eles têm o seu espaço. Manu (Ginobili) e Kawhy (Leonard) jogam um pouco mais de tempo, mas eu não vejo isso como um problema. Acredito que é bom para o time que jogadores descansados entrem em quadra.

Você e o Tiago tiveram seus contratos renovados. O Leonard deve receber uma renovação máxima ano que vem. Vocês estão preparados para ser o novo big three de San Antonio?

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Eu costumo conversar com todos os meus companheiros, exercer um pouco de liderança. Passo bastante tempo ao lado de Manu (Ginobili) e o nosso time em um todo é muito unido. Nesse verão tínhamos alguns jogadores que estavam livres de contrato, mas todos nos estávamos muito tranquilos e concentrados para voltar e ajudar o time. Nós sabemos a importância de Tim (Duncan), Tony (Parker) e Manu (Ginobili), mas todos estão se desenvolvendo e melhorando a cada final de temporada.

Como você explica não ter triunfado em uma equipe que tinha mais espaço para novatos (Cleveland Cavaliers) e ganhar espaço em uma equipe já estabelecida como Spurs?

Eu penso que Pop (técnico Gregg Popovich) é muito bom com isso. Ele não faz distinção de onde você veio, não importa se você é um veterano ou está em um contrato de apenas dez dias, todo mundo tem oportunidade e, se mostrar um bom trabalho nos treinamentos, ele te dará muitas oportunidades.

Como você absorveu a derrota do ano passado e como ela serviu para preparação para esta temporada?

Eu penso que a cada ano, todos nós evoluímos e eu tenho certeza que eu aprendi muito também com a derrota que tivemos para o Oklahoma City Thunder há dois anos atrás nas finais de Conferência e para o Miami também. Esses jogos servem como motivação para nós voltarmos melhor e tentar superar esses times.

O Spurs conseguiu renovar com quase todos seus jogadores sem contrato. O Miami, por outro lado, perdeu seu melhor jogador. Como você acha que os finalistas das últimas duas temporadas chegam para este ano?

Eu penso que o Miami continua muito bom. Nem todo mundo voltou, mas a base do time está mantida e eles continuarão muito fortes, assim como outras equipes do Leste estão muito bem, como o Cleveland que teve a volta do LeBron. Washington e Charlotte têm times jovens e com muito potencial, Atlanta está mais balanceado, o Knicks teve a volta do Carmelo. Enfim, acredito que a disputa será boa. No nosso lado também tudo está mais difícil, o OKC é sempre forte, Houston é muito bom, o Dallas fez boas trocas. Os dois lados estão com equipes muito fortes.

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Por que você deixou de usar o número 4 e passará a usar o número 14 nesta temporada?

Esse é o número original que eu utilizava durante o colegial. Quando cheguei a San Antonio não podia utilizá-lo pois Gary Neal estava com ele. O número 4 foi bom para mim, mas eu espero que o 14 seja ainda melhor.

Como é ser recordista de bolas de 3 em finais da NBA (27 ao todo) e igualar James Worthy e Michael Jordan como únicos atletas da Universidade da Carolina do Norte a conquistar a NCAA (Liga Universitária) e a NBA?

Eu acho que sou um sujeito sortudo, que jogou em grandes times. Tanto o San Antonio quanto a Carolina do Norte não são tão preocupados com as estatísticas individuais dos jogadores e veem se eles estão sendo úteis para os times, tem um estilo agressivo e são importantes para ganhar jogos e anéis de campeão.

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