Crise financeira mundial deve atingir a NBA

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Por Alan Rafael Villaverde
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A crise mundial financeira não poupa sequer o cenário esportivo. Tida como uma das ligas mais bem sucedidas, a NBA já se prepara para os problemas que encontrará nas duas próximas temporadas. O comissário da NBA, David Stern, no comando desde 1984 e um dos principais responsáveis pela expansão e sucesso da liga, declarou que cerca de 9% do quadro de funcionários será cortado até o final deste ano. A intenção é manter o balanço fiscal sem comprometer o desempenho dos escritórios responsáveis pela realização da competição, que reúne 30 franquias. A direção da NBA, juntamente com os representantes das equipes, anunciaram, no começo deste mês, cortes nos preços de até 50% - para planos de temporada - dos ingressos para evitar maiores perdas. O Comissário da liga, David Stern, disse que o futuro é incerto para fazer quaisquer projeções. "Eu acredito que, quando começar a temporada, nós estaremos com preços bem mais baixos para os jogos, o que vai aumentar na renovação de planos, mas eu não posso dizer com certeza se seremos muito afetados. Mesmo assim, não acho que sofreremos um grande impacto, mas vamos ser atingidos, sim", comentou. Apesar das medidas, oito clubes serão muito afetados pela crise: Memphis Grizzlies, Charlotte Bobcats, Portland Trail Blazers, Minnesota Timberwolves, Indiana Pacers, Utah Jazz, Milwaukee Bucks e New Orleans Hornets. Tais franquias jogam em praças consideradas pouco rentáveis, uma vez que o público-alvo é menor e não possui o mesmo poder aquisitivo de grandes cidades como Los Angeles, Nova York, Chicago e Boston. E, mesmo com a política de divisão igual dos direitos televisivos, implementada por David Stern, essas equipes não estarão livres da recessão. Estima-se que uma equipe da NBA deva ganhar algo em torno de US$ 100 a US$ 120 milhões por temporada para manter seu balanço fiscal em dia. Deste valor, apenas US$ 78 milhões são garantidos por contratos estabelecidos antes das temporadas. O resto vem de publicidade regional, possíveis aparições em jogos importantes, como os playoffs e da compra de ingressos. Com a iminente queda de renda, os clubes perderão poder de negociação com os principais jogadores, que podem se tranferir para o basquete europeu. Ao contrário da NBA, a Europa não conta com limites na folha salarial, podendo, assim, oferecer um salário milionário para astros da liga norte-americana. Além disso, os principais clubes europeus também contam com fortes investidores dispostos a fortalecer a Euroliga de basquete.

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