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Janeth, pela 1ª vez, fora do Estadual

Por Agencia Estado
Atualização:

A ala Janeth, a melhor jogadora de basquete do Brasil, não tem time para atuar no País, não consegue receber do Vasco os salários atrasados da última temporada e, pela primeira vez na carreira, iniciada em Catanduva, em 1983, não vai jogar um Campeonato Estadual. Apesar de admitir a mágoa com o calote e com o tratamento que recebeu do clube carioca, Janeth, aos 32 anos, não está desesperada nem aborrecida com a atual situação. Graças à carreira sólida e aos inúmeros títulos conquistados, está aproveitando as férias das quadras - depois de, pelo menos, cinco anos - para arranjar patrocínio e montar uma nova equipe de basquete. "Como estou parada, a minha contusão (tendinite no joelho direito) está quase totalmente recuperada", diz Janeth, que há um mês não pega na bola. Emendou o final da temporada da WNBA com um passeio de uma semana na Disneylândia. "Já tinha ido em 1995, mas muita coisa mudou. Fui à Disney, à MGM, à Universal e ." Em casa, em Santo André, já preparou uma agenda de reuniões com possíveis patrocinadores. "Uma empresa já me disse não, mas adoro desafios, ter de me superar. Hoje estou totalmente engajada em montar uma equipe de basquete." A principal atleta brasileira, campeã pan-americana (1991), campeã mundial (1995), medalha de prata na Olimpíada de Atlanta (1996) e bronze em Sydney (2000) e tetracampeã da WNBA, quer montar uma nova equipe para conseguir jogar. Janeth atravessa a melhor fase técnica da carreira e não pretende ser também a administradora do time, como fez a pivô Karina, que se dividia entre as funções em Jundiaí. "Não conseguiria fazer direito as duas coisas." Janeth não sabe ao certo quando voltará às quadras. "Nem tinha percebido que esta é a minha primeira temporada fora de um Estadual", admite a ala, que pretende disputar o Rio-São Paulo, em janeiro, já com o novo time. O objetivo é conquistar uma vaga para o Nacional, no segundo semestre de 2002. "Por enquanto, não sinto saudade de jogar. Mas acho que na próxima semana vou querer dar uma corridinha, pegar na bola..." Sabe, ao menos, que voltará a disputar a WNBA, a partir de maio. Diz ter propostas do Houston e do Phoenix. "Prefiro ficar no Brasil, tentando montar um novo time a ir agora para a Europa. Se até janeiro não conseguir patrocínio, posso voltar para os Estados Unidos antes do início da temporada da WNBA e dar clínicas no Houston." Janeth descartou a possibilidade de voltar ao Vasco. Logo que chegou ao Brasil, conversou com Fernando Lima, vice-presidente de Esportes Amadores. Ficou acertado que receberia os cinco meses de salários atrasados em dez parcelas. Até hoje, porém, não viu a cor do dinheiro. "Agora, não consigo falar com ninguém do Vasco. Só quero ser ressarcida pelo que fiz pelo clube."

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