Leandrinho esquece tudo para jogar na NBA

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Por Agencia Estado
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Vale tudo para entrar na NBA. O brasileiro Leandrinho ainda não sabe falar bem o inglês, nem quanto vai receber de salários e tampouco quando poderá voltar a defender a seleção brasileira, mas está radiante com o fato de que irá usar a camisa 10 do Phoenix Suns na próxima temporada da liga norte-americana de basquete. Nesta quinta-feira, o armador Leandrinho deu uma entrevista coletiva em um hotel paulista para falar de seus planos e das aventuras que enfrentou para conseguir uma vaga no concorrido draft, o vestibular da NBA. O brasileiro foi o 28º escolhido na primeira rodada - são duas, e em cada uma os 29 times escolhem um atleta. "Quando passou do 17º, já não conseguia pensar em nada. Passaram as escolhas do Seattle, do Golden State, do Phoenix - times que gostaram de mim -, e nada de me chamarem. Quando o San Antonio me chamou, eu nem vi nada direito, minha mãe berrou e a moça foi me chamar. Nem sabia quem eu tinha de cumprimentar", contou Leandrinho, deslumbrado com a escolha. "Minha ficha ainda não caiu. Nunca vou me esquecer do draft. Comecei a suar, fiquei nervoso, mas sabia que no final ia dar certo. Foi o que minha mãe falou. Disse para eu ter pensamento positivo." Mas, depois de ficar meses treinando nos Estados Unidos só para ser escolhido no draft, Leandrinho admite que pensou em desistir de tudo e voltar ao Brasil. "Aqueles treinos são inacreditáveis. Eu treinava de seis a sete horas por dia e achava que não ia agüentar", revelou. Agora, ele está resolvendo sua situação com o Bauru, equipe que deixou três meses antes de encerrar o contrato. Tudo para poder entrar na NBA. "Sei que deixei o Bauru em uma situação difícil. Pedi desculpas ao (técnico) Guerrinha e a todos os jogadores, mas era uma decisão que tinha de tomar rápido. Era minha vida. Mas já estou acertando tudo. Não sei quanto tenho de pagar para eles, estou totalmente por fora de valores", explicou. Ele diz a mesma coisa sobre a sua nova equipe, o Phoenix. "Ainda não acertamos nenhum valor. Disseram para eu assinar e depois resolvermos isso. O que importa é estar entre os melhores", garantiu. Sobre a seleção brasileira, Leandrinho está esperando as orientações da direção do Phoenix. "Quando eles me liberarem, eu venho. Mas não conversei nada sobre datas com eles, mas é claro que quero vestir a camisa do meu País. O Lula (técnico da seleção brasileira) tem um time muito jovem, e nós vamos dar trabalho." Leandrinho, que seguiu os passos de Nenê (destaque do Denver Nuggets), já vê outros brasileiros trilhando o mesmo caminho para chegar à NBA. "O Tiago Splitter é um jogador forte. O Jefferson Sobral é outro grande nome, apesar de que ele só poderia entrar em um time com contrato, não pode mais participar do draft", avaliou. Em relação a Anderson Varejão, que retirou o nome da lista do draft pela segunda vez consecutiva - o máximo que isso pode acontecer são três vezes -, Leandrinho admite que o companheiro de seleção está ?queimado? na NBA. "Existem pessoas falando que é impossível ele entrar agora na NBA por ter desistido pela segunda vez. Não sei o que aconteceu, mas, como amigo, gostaria de vê-lo jogando na NBA. Se ele escolheu ficar no Barcelona, é porque deve ter algo bom para ele por lá."

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