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Novo técnico da seleção masculina de basquete quer disciplina

Juan Manuel Moncho acredtia no potencial dos jogadores para levar a equipe à Pequim 2008

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Por Valeria Zukeran
Atualização:

O espanhol Juan Manuel Moncho Monsalve Fernández, de 63 anos, mostrou diplomacia logo após ser anunciado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) como novo técnico da seleção brasileira masculina. Mas deixou claro que não vai abrir mão de suas convicções ao comandar o time. Moncho anunciou não ter intenção de fazer uma revolução no estilo de jogo, mas avisou: quem não mostrar respeito ou comprometimento com o grupo estará fora da equipe, que em junho disputa o Pré-Olímpico Mundial, na Grécia. "Pouco importa que o atleta atue na NBA, na Europa ou no Brasil", disse Moncho, em entrevista ao Estado por telefone, de sua casa em Múrcia, na Espanha. O treinador mostrou conhecimento das dificuldades de relacionamento com o grupo enfrentadas por seu antecessor, Lula Ferreira, sobretudo durante o Pré-Olímpico de Las Vegas. "Não gostei da maneira como alguns jogadores falaram do Lula, a quem considero um grande treinador", declarou Moncho. "Quando reunir a equipe, pretendo falar com eles sobre isso." Durante a competição, em outubro, o pivô Nenê e o ala Marquinhos (que depois foi cortado), fizeram duras críticas ao então treinador. Para mostrar que não se trata de média com o ex-técnico da seleção, Moncho garantiu que vai procurar Lula Ferreira ao chegar ao Brasil. "Vou falar com ele, com o Marcelinho e o Oscar Schmidt." Os dois últimos foram treinados por ele na Europa. Moncho disse que seu esquema de atuação é baseado em três fundamentos - "trabalho, respeito e generosidade" - e que comandar a seleção brasileira será o maior desafio de sua carreira. Antes, já havia dirigido República Dominicana, Marrocos, Tunísia e Suíça. O técnico conhece bem o time que vai ter nas mãos, já que acompanhou pessoalmente os dois últimos grandes fracassos brasileiros: o Mundial do Japão, em 2006, e o Pré-Olímpico de Las Vegas. "Sem dúvida a equipe tem boa velocidade e ótimos arremessadores, mas precisamos melhorar o trabalho de cinco contra cinco em meia quadra e a ocupação dos espaços." Moncho também detectou um problema de concentração dos atletas nos momentos decisivos. "Quando a diferença é de três, cinco pontos, o time joga com muita ansiedade", analisou. "Vamos trabalhar isso." Ex-jogador do Real Madrid, Moncho não escondeu sua admiração especial por Oscar Schmidt, a quem considera "o melhor jogador que já atuou no estilo Fiba". "Muita gente fala que ele não era bom no aspecto defensivo, mas não concordo", elogiou. " Para mim, ele era esperto, brilhante, especialmente no perímetro de definição." O espanhol deixou indefinida a possibilidade de contar com o ex-jogador na sua comissão técnica, que será composta apenas por brasileiros. "Vou conversar com ele primeiro." Dentro de quadra, o homem de confiança do espanhol será o ala Marcelinho Machado, que hoje atua no Flamengo. O técnico garante que também conhece os outros atletas freqüentemente convocados para a seleção, sobretudo os que atuam no basquete europeu. "Também acompanho os jogadores da NBA e tenho ótimo relacionamento com Mike D’Antoni, técnico do Leandrinho no Phoenix Suns, que é mais do que um amigo", garantiu. "Conheço o Nenê e seu treinador no Denver Nuggets, George Karl", acrescentou. "Só não tenho contato com Mike Brown, técnico do Anderson Varejão no Cleveland Cavaliers." Sobre sua contratação, Moncho explica que o acordo para comandar o Brasil foi acertado com o presidente da CBB, Gerasime ‘Grego’ Bozikis, no Pré-Olímpico Europeu, em setembro. "Mas como tive um problema de hérnia e precisei passar por uma cirurgia, combinamos que eu seria apresentado assim que estivesse em condições melhores de saúde", disse o espanhol.

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