O ?mão santa? Oscar Schmidt dormiu pouco - umas três horas - depois de quebrar o recorde mundial de pontos no basquete. A festa do Maracanãzinho, que também teve briga, seguiu na churrascaria, até de madrugada deste domingo - a cabeça pesava, de tanto chorar... "Me machucaram muito..., de tanta emoção." Enquanto os filhos e a mulher dormiam, decidiu viver "um domingo de Disneylândia", para ?arejar a cabeça?, pra comemorar o recorde - agora soma 46.744 pontos na carreira. Oscar, aos 43 anos, fará a despedida definitiva das quadras, após o Campeonato Nacional, em 2002, com duas festas, em Natal, onde nasceu, e em Brasília, cidade do Unidade Vizinhança, seu primeiro clube. O dia de Oscar começou com seis "peladas", de basquete de rua, no Parque do Flamengo, e uma trilha, de carro, no Recreio. Voltou para casa para ver o segundo tempo do jogo entre Santos e Corinthians - é santista, "viúva de Pelé", como afirma, mas não torce contra o Corinthians, o primeiro time em que jogou na sua volta da Europa, em 1995. À noite, saiu com a família, "para uma farofa", voltando para ver No Limite, que não perde. Também passou grande parte do dia no celular, para atender jornais estrangeiros, como o espanhol Marca e o italiano Gazzetta dello Sport. Foram muitas as homenagens que recebeu pelo recorde mundial de pontos. Oscar conseguiu ultrapassar a marca do lendário pivô da NBA, Kareen Abdul-Jabbar, que jogou na UCLA, universidade da Califórnia, e 20 anos na NBA. Kareen, 54 anos, tinha o recorde de 46.725 pontos. Oscar derrubou a marca, com dois lances livres, no primeiro quarto, e uma cesta de dois pontos, no início do segundo, elevando sua marca pessoal, de 46.723 para 46.727. No total, fez 21 pontos no jogo em que o Flamengo venceu o Fluminense por 108 a 106 e deixou a quadra com 46.744 pontos. Oscar ainda vai passar para a história com a marca de mais de 47 mil pontos, porque continua na disputa do Estadual do Rio e ainda jogará o Nacional, antes da aposentadoria. Surpresa - Oscar disse que gostou das homenagens, mas destacou a que mais o emocionou: a presença do filho Felipe, de 15 anos, que estuda e joga basquete em uma escola de Saint Petersburg, nos Estados Unidos. O cestinha tinha decidido que era melhor o filho não viajar de avião, mas sua mulher, Cristina, acertou a vinda de Felipe, sem Oscar saber. "Que bobão que sou, cai direitinho." "Que emoção quando vi o Felipe (a filha Stephanie também estava na festa)." Oscar programa fazer um jogo oficial, pelo Flamengo, ao lado do filho, no Nacional, antes do adeus.