LONDRES - A seleção brasileira feminina de basquete chegou em Londres nesta segunda-feira, 23, querendo esquecer o assunto Iziane. Diretora de seleções, Hortência Marcari assumiu o papel de "escudo" e é a única a falar do polêmico corte da ala, desligada da equipe na última sexta-feira por ter levado o namorado para dormir no hotel em que o time se concentrava, na cidade de Lille (França).
"O foco delas (jogadoras) é a Olimpíada. Aqui, quem fala sobre esse assunto sou eu. Quero blindar a equipe, o treinador. Eu assumo a responsabilidade e falo o que tem que falar. Senão fica muita conversa." Hortência afirmou que Iziane pediu uma conversa com o grupo de jogadoras, na qual pediu desculpas, antes mesmo da coletiva de imprensa que concedeu. Mas a reintegração da atleta nunca foi uma hipótese considerada, embora Iziane tenha pedido uma nova avaliação sobre o caso.
Após o corte de Iziane, o Brasil jogou o Torneio Internacional de Lille. Dos três jogos que fez, perdeu dois (para França e Austrália) e venceu a China, por 71 a 62, no domingo."O time jogou bem, está crescendo. No dia em que enfrentou a França, que foi quando houve o episódio (do corte), foi mais ou menos. Depois se recuperou. Isso é o importante", afirmou a ex-jogadora, que está em uma Olimpíada pela quinta vez. Hortência ganhou duas medalhas olímpicas - foi prata em Atlanta/1996 e bronze em Sydney/2000, e atuou como comentarista nas duas edições seguintes (Atenas/2004 e Pequim/2008).
Nem o técnico Luiz Claudio Tarallo tem falado a respeito do corte de Iziane. "O assunto é todo com a Hortência. Meu trabalho é dentro da quadra." O treinador trabalha contra o tempo para reconstruir a base que havia criado em dois meses de treinamento. "Claro que nunca é bom perder uma peça, ainda mais uma peça importante do time, mas o importante é que a equipe está unida."
A seleção fará um último amistoso antes da estreia contra a França, sábado, às 16 horas (de Brasília). Nesta quarta-feira, a equipe enfrentará a Croácia.