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Torcida vai pagar salário de Helen

A melhor jogadora da seleção brasileira na Copa América defenderá a Unimed/Americana no Campeonato Paulista, mas receberá salário da torcida.

Por Agencia Estado
Atualização:

A armadora Helen Luz, campeã mundial (1994), vice-campeã olímpica (1996) e medalha de bronze na Olimpíada de Sydney (2000) com a seleção brasileira, acertou sua permanência no País. Defenderá a Unimed/Americana no Campeonato Paulista, a partir da próxima semana, mas receberá salário da torcida. De acordo com o técnico Paulo Roberto Bassul, com o orçamento mensal de cerca de R$ 40 mil, o time do interior de São Paulo não teria como pagar a melhor jogadora da seleção brasileira na Copa América. "A Helen vai ser bancada com a bilheteria. Vamos fazer toda uma campanha para lotar o ginásio todos os jogos", conta Paulo, também assistente técnico da seleção brasileira adulta. "Acredito que com isso, a torcida vai se sentir parte da equipe." O treinador explica que acertou uma quantia fixa com a armadora para que ela defenda a equipe por pelo menos quatro meses. O objetivo é tê-la também na disputa do Campeonato Nacional, no segundo semestre de 2002. Até lá estarão procurando um parceiro para a Unimed. "Se a gente não conseguir o dinheiro com este projeto ?Adotem a Helen?, vou ter de me virar para pagá-la", disse o treinador, que confia na "ajudinha" da torcida. Observa que no ano passado - comandou um time juvenil no Paulista Adulto - contou com o apoio do público para pagar os salários de duas norte-americanas que compunham o elenco. "Os jornais locais divulgaram essa história e o ginásio lotou. O basquete em Americana é muito querido." Helen, no entanto, não sabia que seu salário vai ser pago com a bilheteria e que no aquecimento, usará uma camisa diferente do grupo: com a palavra torcida. "Achei que o Paulinho tivesse acertado com um co-patrocinador", respondeu ao ser questionada pela Agência Estado. "Mas adorei esta história. Confio nas pessoas que trabalham em Americana e no público. Espero que o ginásio fique lotado em todas as partidas, até porque adoro jogar com a casa cheia. Na verdade, não jogo para mim nem para minha família, jogo para o público." A armadora, de 29 anos e que atravessa um dos melhores momentos de sua carreira, explica que não queria atuar fora do Brasil, como a maioria das atletas da seleção. Recebeu propostas do Vasco, Ourinhos, Santo André, além de clubes europeus. "Fiquei três meses nos Estados Unidos (defendeu o Washington Mystic) e para mim já foi o suficiente. Quero ficar com a minha família e com o meu noivo."

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