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Troca de farpas no basquete brasileiro

Por Agencia Estado
Atualização:

Após ser destituído do cargo de técnico da seleção brasileira masculina de basquete, na terça-feira, Hélio Rubens disparou reclamações e críticas para todos os lados - inclusive para integrantes da sua comissão técnica, como Lula Ferreira (principal candidato a substituí-lo), Ênio Vecchi e Flávio Davis. Ênio e Marcel de Souza, dois dos alvejados pela "metralhadora", reagiram de maneira diferente aos ataques. O primeiro, um dos assistentes na seleção, pediu desculpas. O segundo, que quer ser o próximo treinador, afirmou: "Sempre fui contrário às idéias dele." Hélio Rubens disse que Marcel e Oscar só pensam em autopromoção e que a comissão técnica se escondeu quando precisou dela. "O Hélio queria que todos fôssemos alinhados às idéias dele sobre basquete, mas sempre fui contra. A única coisa que temos em comum é o amor pelo basquete. Isso não significa que eu tenha de pensar como ele. Não me sinto nem tocado pelas críticas. Amo o basquete e os resultados dos últimos seis anos falam mais alto, por isso digo o que penso", desabafou Marcel. Ênio foi pacífico: "Peço desculpas publicamente se fiz o que o Hélio disse que eu fiz. Não era a intenção. Sempre fui muito leal porque foi ele quem me convidou para trabalhar na seleção em 1996. Relevo tudo o que ele disse porque é um cara que tem experiência." Sobre Oscar e Marcel, Ênio declarou: "O negócio do Oscar é jogar. Se quiser falar essas coisas (críticas ao trabalho de Hélio Rubens, principalmente em relação ao treinamento), que vire dirigente. Ele e o Marcel, como pessoas públicas, podem dizer o que quiserem, mas não podem querer tomar as rédeas desta situação. É para isso que existe a Confederação e os dirigentes." Também técnico do time de Londrina, Ênio, que não viajou com a delegação do Brasil para o Mundial de Indianápolis, disse que não sabe se vai continuar na seleção. "Não tenho nenhum compromisso formal com a Confederação Brasileira de Basquete, nem fui comunicado de mudanças. Vamos esperar para saber o que vai mudar." Marcel, que desde que o Brasil ficou em oitavo lugar no Mundial vinha criticando Hélio, ressaltou: "Em cinco anos o Hélio mostrou que essa filosofia de trabalho não funciona. Se não for para mudar radicalmente esse pensamento, era melhor nem ter mudado de técnico porque ele era o melhor nessa linha que a seleção segue. Não adianta tentar ajustar os caminhos. É preciso dar meia volta e começar tudo de novo." O ex-jogador afirma: "Quem tem ambição no Brasil é criticado. Tenho certeza de que aqueles que estão elogiando o Hélio já estão de olho no lobby para ocupar o lugar dele. Eu disse que quero ser técnico, não nego. Isso, para mim, não significa pleitear. Qual técnico no Brasil não gostaria de assumir a seleção? Parece que sentir isso é pecado, não?" Os cotados, além de Lula Ferreira, do COC/Ribeirão Preto, são Alberto Bial (Universo/Ajax, de Goiás), e Guerrinha (Bauru).

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