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Clube diz que vai cobrar a Odebrecht por atrasos nas obras do estádio

Descumprimento de prazos por parte da empresa impossibilitou negociação das áreas principais da Arena Corinthians

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Por Alexa Salomão e Paulo Favero
Atualização:

Em público, o Corinthians sempre evitou entrar em rota de colisão com a Odebrecht, construtora que fez o estádio em Itaquera. No entanto, no clube é consenso de que os atrasos na obra atrapalharam, e muito, a negociação dos setores mais nobres que poderiam estar dando lucro agora e só têm rendido dor de cabeça. Na sexta-feira passada, o time externou a insatisfação e deixou claro que vai cobrar da construtora cada mão de tinta e saco de cimento que o contrato da obra previu. Postou uma nota em seu site, avisando os torcedores que o fato de a Odebrecht anunciar o fim da obra não significa o encerramento oficial dos trabalhos.

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Um novo relatório de acompanhamento das obras está sendo finalizado. Já se sabe que vai mostrar que as pendências permanecem, principalmente no prédio Oeste, área mais luxuosa. E o clube avisou: "Quaisquer diferenças encontradas serão objeto de solicitação de devolução dos recursos para adequação da Obra e de seu Projeto Contratado e/ou abatimento da dívida de Construção". Procurada, a Odebrecht preferiu não comentar.

Inicialmente, o contrato, que era de preço fechado, previa a entrega da Arena por R$ 820 milhões. Os recursos não foram suficientes e o valor foi revisto para R$ 985 milhões. Inicialmente, a construtora deu a obra por encerrada em dezembro de 2014. Em julho passado, porém, vários pontos do prédio Oeste estava inacabados. "Todo o sexto andar não tinha mármore no chão – estava no cimento", diz executivo próximo aos sócios da Arena que não quer ser identificado.

A loja do Corinthians, para vender camisas e objetos do clube, foi aberta apenas na semana passada. Os dois restaurantes panorâmicos permanecem inacabados. Não tem sequer massa corrida na parede e piso.

O atraso nas obras também manchou a imagem do estádio e venda dos "naming rights" empacou por meses, mas agora parece estar perto de uma solução. O Corinthians assinou um NDA, um Termo de Confidencialidade com uma empresa para batizar a arena. Ninguém da diretoria fala em nomes, mas estima-se que a intenção seja receber R$ 20 milhões por ano pelo negócio. A carta na manga do Corinthians é que a TV Globo, na última renovação de contrato para transmissão de jogos da equipe, se comprometeu a falar o nome da empresa em suas exibições ao vivo. A Caixa, patrocinadora do time, tem prioridade por contrato para cobrir qualquer oferta da venda dos "naming rights".

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