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Em crise após três eliminações, São Paulo tenta administrar a pressão

Clima melancólico marcou reapresentação do elenco após terceira eliminação no ano, para o modesto Defensa y Justicia, na Copa Sul-Americana

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Por Paulo Favero
Atualização:

Os jogadores do São Paulo sabem que vão entrar pressionados amanhã, contra o Cruzeiro, na estreia do time no Campeonato Brasileiro. Após três eliminações na temporada em menos de um mês – a mais recente delas na quinta à noite, contra o Defensa y Justicia, pela Copa Sul-Americana –, a torcida está na bronca e os atletas sabem que resta apenas a competição nacional até o fim do ano.

Para o atacante Pratto, a saída do técnico Rogério Ceni está fora de cogitação, mas todos sabem que a responsabilidade aumentou bastante agora. “Demitido é uma palavra forte, nós perdemos quatro jogos no ano. Ficamos fora de três competições, mas perdemos pouco. Pressionado acho que ele está, assim como nós jogadores. A pressão por jogar e treinar em um time grande nós sempre teremos. O Rogério jogou 25 anos no São Paulo, ganhou tudo, sabe bem o que é ser jogador ou treinador do São Paulo”, afirmou o argentino.

Ceni acredita que o time está no caminho certo apesar das eliminações Foto: Werther Santana|Estadão

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Logo após o empate por 1 a 1 com o Defensa, o diretor executivo de futebol Vinicius Pinotti avisou que o trabalho de Rogério Ceni à frente da equipe era bem feito e que o clube iria apostar na continuidade do comandante. “A gente faz uma análise crítica sempre, mesmo na vitória. A diretoria olha e vê o que pode melhorar. Não houve nenhuma cobrança”, explicou.

Pinotti ainda falou que Ceni é “inquestionável” e que o apoio era total. “Ele está há quatro meses trabalhando apenas e a diretoria do São Paulo acredita na continuidade. Por mais que a gente reconheça que os resultados não foram os esperados, a gente acredita no trabalho. O dia a dia do Rogério Ceni é muito bom, ele tem um plano de trabalho diferente, os jogadores estão muito fechados com ele. Não vai mudar nada”, avisou.

Ele e o presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, estiveram ontem no treinamento da equipe. Viram os atletas que não atuaram contra o Defensa no campo enquanto os titulares fizeram trabalho regenerativo. Como não poderia deixar de ser, o ambiente na atividade era melancólico por causa das eliminações consecutivas.

“O clima é de tristeza e frustração, mas temos dois dias para mudar a cabeça e pensar no primeiro jogo do Campeonato Brasileiro. Temos muitos jogadores com a confiança baixa e temos de recuperá-los porque são muito importantes”, explicou Pratto. Desde que assumiu o clube, Ceni avisou que pretendia ter uma equipe que atacasse o tempo todo, sempre buscando o gol adversário, qualquer que fosse o rival ou o campeonato. Ele também exige que seus atletas marquem pressão e não cogita ser mais defensivo. Mesmo após as três eliminações, ele garante que não vai abrir mão de seus princípios.

“Eu me baseio nas 11 vitórias, 9 empates e 4 derrotas que temos. Nós jogamos para frente, não temos medo de perder nenhum jogo. Jogamos sempre em busca do gol, nunca para trás. Sempre temos intenção do gol e nunca recuamos. É um propósito de jogo que eu tenho convicção e espero que dê certo no Campeonato Brasileiro”, avisou o treinador.

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OS DESAFIOS DE CENIGrupo inchado Com a participação em apenas uma competição, o técnico Rogério Ceni terá de diminuir o elenco do São Paulo. Breno foi emprestado e outros podem sair, até porque o time terá apenas 38 jogos em mais de 6 meses, ou mais precisamente 203 dias. Isso dá uma média maior que uma partida a cada cinco dias.Saídas para Europa Alguns jogadores devem receber propostas no meio do ano, incluindo os titulares Rodrigo Caio, Maicon e Cueva. Isso deixaria o treinador sem peças importantes com o campeonato nacional em disputa. Por isso, a diretoria deve planejar para suprir rapidamente as possíveis saídas.Pressão da torcida Sem conquistar um título desde 2012, o torcedor do São Paulo vai chiar se o time não engrenar no Brasileirão. Ceni sabe disso.